Enviado da ONU: “espírito positivo e sério” marca consultas de paz para o Iêmen
Partes envolvidas no conflito encontram-se na Suécia em encontro organizado pelas Nações Unidas; nova ronda de encontros deverá acontecer no início do próximo ano; mais de três quartos da população depende de assistência internacional e proteção.
Consultas políticas organizadas pelas Nações Unidas na Suécia para terminar com o conflito no Iêmen estão tendo “um espirito positivo e sério”.
A afirmação é do enviado especial para o Iémen, Martin Griffiths, que falou aos jornalistas depois de cinco dias de reuniões com as partes envolvidas.
Espírito
O enviado especial disse que está encorajado pelo "espírito positivo e sério" das duas partes e que "continua ambicioso" sobre o resultado destes encontros.
Griffiths disse que “a esperança é a moeda do mediador.” Ele acredita que se não existir “um sentido de otimismo e esperança para as partes, não se encoraja as pessoas a caminhar mais uma milha.”
Segundo ele, acordos tangíveis serão anunciados até o final desta ronda de encontros. Ele que espera “que se possam fazer algumas descobertas nos próximos dias.”
O responsável também falou sobre uma segunda rodada de consultas, dizendo que está sendo discutida e que deve acontecer no início de 2019.
Avanços
Sobre os temas em discussão, Griffiths disse que os encontros estão levando a progressos “em um número de assuntos.”
Os representantes do governo do Iêmen e da oposição Houthi discutiram a reabertura do aeroporto da capital do país, Sana’a, a redução das hostilidades nas cidades de Taiz e Hodeida e a troca de prisioneiros. Segundo agências de notícias, as listas de prisioneiros que podem ser trocados chegam aos 15 mil nomes.
Crise
Griffiths disse que a situação econômica desastrosa no Iêmen também foi um tópico de discussão.
Após quatro anos de conflito, a economia do país entrou em colapso, contribuindo para uma crise humanitária que deixou pelo menos 8 milhões de pessoas perto de uma situação de fome. Mais de três quartos da população depende de assistência internacional e proteção.
Segundo agências de notícias, a ONU propôs que o principal porto de Hodeida seja controlado conjuntamente pelos rebeldes Houthi e pelo governo iemenita, sob supervisão da organização.
Griffiths tem procurado que a ONU tenha um papel de liderança no porto, que ele descreveu como um "canal humanitário essencial" que serve o país.