ONU realiza esforços para implementar acordo internacional no Iémen
Nações Unidas procuram confirmar relatos sobre desvios de ajuda alimentar; enviado especial do secretário-geral tenta marcar nova ronda de negociações para o início do ano; Comité de Coordenação e Reimplementação tinha novo encontro marcado para esta quarta-feira.
As Nações Unidas estão a realizar “esforços no terreno” no Iémen para assegurar a implementação do Acordo de Estocolmo.
Em declarações aos jornalistas esta segunda-feira, o porta-voz do secretário-geral, Farhan Haq, disse que a ONU continua a fazer “o seu melhor para implementar o acordo”.
Encontro
Em dezembro do ano passado, os rebeldes houthi e o governo do país chegaram a um acordo, na capital da Suécia, que prevê uma troca de prisioneiros, a criação de uma zona desmilitarizada e o compromisso com novos encontros.
O Comité de Coordenação e Reimplementação sobre o Iémen tinha um encontro marcado para esta quarta-feira com o objetivo de discutir os planos de reorientação das partes do cessar-fogo em Hodeida e outros temas como a comunicação, a coordenação e os planos de acompanhamento.
O porta-voz disse que estes “esforços no terreno tentam que o acordo continue plenamente em vigor” e que “a sua primeira fase aconteça segundo o planeado”.
Farhan Haq também confirmou que o enviado especial do secretário-geral para o Iémen, Martin Griffiths, continua a tentar marcar uma nova ronda de negociações para o início deste ano.
Implementação
O encontro desta quarta-feira foi organizado pelo presidente do Comité, Patrick Cammaert.
No início desta semana, o responsável disse estar "desapontado com as oportunidades perdidas de construir a confiança entre os dois lados". Cammaert também lamentou não ter sido aberta, no sábado passado, a estrada entre Hodeida e Sanaa como corredor humanitário, tal como está previsto no acordo.
Apesar disso, o oficial saudou os esforços para o início da implementação do Acordo de Estocolmo, salientando que deve haver sintonia para colocar em prática as medidas de construção de confiança.
Alimentos
Na segunda-feira, o Programa Alimentar Mundial, PMA, exigiu o fim imediato do desvio de ajuda alimentar humanitária. O apelo surgiu na sequência de provas desta prática na capital, Sanaa, e em outras partes do país controladas pelo movimento houthi.
Farhan Haq disse que a ONU “tenta monitorizar toda a distribuição de comida”, que fica “preocupada com qualquer relato” de desvio de alimentos e que está “a tentar confirmar essas notícias”.