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ONU organiza consultas entre Governo do Iêmen e forças houthis em Genebra

Jovens na escola Aal Okab, em Saada City, que foi destruida durante o conflito.
Ocha/Giles Clarke
Jovens na escola Aal Okab, em Saada City, que foi destruida durante o conflito.

ONU organiza consultas entre Governo do Iêmen e forças houthis em Genebra

Paz e segurança

Enviado especial disse que reuniões devem “estabelecer as bases” para diálogo formal, mas não revela detalhes sobre datas; meta é reativar processo de paz e abordar medidas para reforçar a confiança.

O enviado das Nações Unidas para o Iémen, Martin Grifffiths, anunciou o início de consultas entre o governo e as forças houthis que são organizadas pelas Nações Unidas em Genebra.

O representante não revelou datas dos encontros, mas explicou que será a primeira vez em dois anos em que as duas partes vão dialogar sobre o conflito. O foco será reativar o processo de paz e abordar medidas para reforçar a confiança.

Novo Processo

Martin Griffiths disse ter esperança para o que chamou de “hora de iniciar um novo processo, relançando o que levará a uma resolução do conflito que marcou de forma trágica a vida de tantos iemenitas”.

Enviado especial para o Iêmen, Martin Griffiths
Enviado especial para o Iêmen, Martin Griffiths, by Foto ONU/Eskinder Debebe

Em março de 2015, o conflito no Iêmen se intensificou quando passou a atuar a aliança internacional liderada pela Arábia Saudita, em apoio ao então presidente do país Abdrabbu Mansour Hadi.

Agências humanitárias estimam que milhares de civis morreram nos conflito e cerca de 8 milhões de iemenitas estão na iminência de passar fome. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, 76 jovens perderam a vida em confrontos somente em julho e agosto.

Sem revelar detalhes sobre datas das Consultas de Genebra, o enviado especial explicou que as reuniões devem “estabelecer as bases” para futuras negociações formais.

Benefícios

Griffiths deu o exemplo de um programa de vacinação contra a cólera que ocorreu nas últimas semanas na província de Hodeida, como evento que demonstrou que as partes podem oferecer “benefícios tangíveis” ao povo do Iêmen.

Ele declarou que nos próximos dias serão exploradas outras medidas de construção de confiança, que incluem a questão da libertação de prisioneiros que deverá acontecer “em grande escala”.

Para Griffiths, a questão política do Iêmen é para os iemenitas e todas as resoluções do Conselho de Segurança apontam em “direção à reconstituição do Estado iemenita, com base em um acordo político inclusivo”.

O enviado disse ainda que os iemenitas precisam resolver as suas diferenças para construir a nação e que o seu futuro não deve ser determinado por outros países.