Após acordo, ONU quer reforçar papel de missão na RD Congo
Iniciativa, selada neste domingo, pretende levar paz e estabilidade ao leste do país africano, alvo de ataques do movimento M23; pelo menos 800 mil pessoas tiveram que fugir devido à violência entre tropas do governo e militares rebelados do grupo.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
Foi firmado, neste domingo, em Adis Abeba, capital da Etiópia, um Acordo de Paz, Segurança e Cooperação para a República Democrática do Congo.
O leste do país africano estava sendo alvo de ataques do movimento M23. O grupo rebelde, formado por militares desertores, intensificou a ofensiva à região, desde o ano passado, com o objetivo de obter o controle da área.
Engajamento
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, compareceu à assinatura do acordo, neste domingo. Segundo ele, a medida é apenas o começo de um processo que irá precisar do engajamento de todos. Ele pediu apoios técnico, político e financeiro para levar a iniciativa adiante.
O documento foi firmado por 11 líderes e representantes regionais incluindo organizações importantes no continente como a União Africana e a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, Sadc.
Pelo menos 800 mil pessoas tiveram que fugir de suas casas desde abril passado, quando os combates entre membros do M23 e tropas do governo congolês se intensificaram.
Crianças-Soldado
Em seu discurso, Ban Ki-moon citou ainda os crimes que foram cometidos durante os confrontos como assassinatos, estupros e recrutamento de crianças-soldado. Ele pediu que os responsáveis sejam levados à justiça.
Além do presidente de Moçambique, Armando Guebuza, compareceram à cerimônia de assinatura do acordo de paz, os líderes de Ruanda, Uganda, Tanzânia e África do Sul entre outros.
Enviado Especial
Ban disse que a situação no leste da RD Congo continua sendo uma prioridade da agenda internacional e afirmou que irá nomear um enviado especial à região, em breve.
Ao apresentar um relatório sobre a situação na região ao Conselho de Segurança, nos próximos dias, o Secretário-Geral disse que irá apresentar uma proposta para lidar com as causas do conflito e reforçar os papeis político e de segurança da Missão da ONU na RD Congo, Monusco.
A medida deve incluir a mobilização do que ele chamou de “uma brigada internacional” com um mandato de paz.