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OIM retoma voos de retorno voluntário para migrantes etíopes retidos no Iêmen

Mais de 200 mil migrantes, principalmente do leste da África, necessitam de auxílio humanitário no Iêmen
OIM
Mais de 200 mil migrantes, principalmente do leste da África, necessitam de auxílio humanitário no Iêmen

OIM retoma voos de retorno voluntário para migrantes etíopes retidos no Iêmen

Migrantes e refugiados

Viagem inaugural transportou etíopes de Sanaa para Adis Abeba após pausa de três meses; ação coordenada pela OIM apoia a reintegração promovendo sistema de regresso digno com componentes como acesso, logística e segurança. 

Um voo fretado com 118 migrantes etíopes a bordo partiu do Iêmen em direção a Etiópia na retoma do Retorno Humanitário Voluntário. 

A iniciativa promovida pela Organização Internacional para as Migrações, OIM, foi o primeiro movimento do gênero desde setembro servindo migrantes etíopes retidos em situações difíceis no Iêmen. 

Migrantes vulneráveis

O país encara fatores como insegurança e falta de bens essenciais como alimentos, abrigo e cuidados de saúde que se associam a condições de trabalho exploratórias e violência dos grupos envolvidos no contrabando e tráfico. 

A OIM refere que esta realidade dificulta a vida no Iêmen. Para o chefe interino da Organização no país, Matt Huber, a retoma dos voos é um esforço conjunto que requer maior colaboração para responder as necessidades prementes dos migrantes vulneráveis.

OIMquer ajudar a reduzir os riscos da migração clandestina,
© Unsplash/Nadine Shaabana

 

Ele pediu o envolvimento da comunidade internacional para garantir sua segurança e bem-estar. 

Só este ano, perto de 95 mil migrantes chegaram ao Iêmen, superando as 70 mil chegadas registradas em 2022. A OIM estima que mais de 200 mil migrantes, principalmente do leste da África necessitam de auxílio humanitário no Iêmen.

Resposta

Como em diferentes situações, as necessidades excedem a capacidade de resposta atempada das agências humanitárias. O acesso a algumas áreas são limitadas bem como as restrições de recursos por parte das organizações parceiras.

Um dos casos é de Hayat de 29 anos, que embarcou, há três anos, numa viagem da Etiópia ao Iêmen em busca de melhores oportunidades de emprego. Ela passou seis meses com os filhos para a capital Sana, onde continua à espera de se reunir a família.

Segundo a OIM o programa é uma tábua de salvação para migrantes que estabelece um sistema de regresso digno à Etiópia, garantindo acesso essencial, logística e medidas de segurança. 

 Iêmen encara crise impulsionada por fatores como insegurança e falta de bens essenciais
OIM/Rami Ibrahim

 

A iniciativa impede que milhares de migrantes retidos fiquem sem um caminho seguro para casa, expostos a riscos acrescidos de violência, coerção e abuso.

Antes da interrupção do programa, mais de 6 mil migrantes etíopes regressaram do Iêmen em segurança este ano.

Assistência médica

Antes da chegada ao seu país eles receberam auxílio que inclui transporte posterior, assistência médica, saúde mental e apoio psicossocial. A agência da ONU ajuda ainda na localização de famílias e na reunificação de crianças não acompanhadas.

Para reduzir os riscos da migração clandestina, a OIM propõe aos estados abordagens regionais para melhorar a governação migratória, prestação de assistência às pessoas e fornecimento de vias regulares para garantir uma migração segura para todos.

No Iêmen, a OIM presta serviços de proteção através de Pontos de Resposta aos Migrantes e equipas móveis de proteção, aconselhamento e orientação sobre o acesso aos serviços. 

A agência da ONU também oferece assistência médica de emergência e apoio material, incluindo alimentos, roupas, calçado e kits de higiene.

Plano Regional de Resposta aos Migrantes

Os serviços de assistência humanitária estão alinhados ao Plano Regional de Resposta aos Migrantes para Corno de África, Iêmen e África Austral. 

A meta é responder às necessidades dos migrantes vulneráveis e das comunidades de acolhimento em países situados ao longo das Rotas de Migração Oriental e Austral.

Entre os financiadores do Programa de Retorno Humanitário Voluntário estão os  Estados Unidos, a Alemanha, Noruega e França.