OIM diz que migrantes enfrentam “situação desumana e terrível” no Iêmen

País em guerra recebeu cerca de 100 mil migrantes no ano passado; estas pessoas chegam, sobretudo, da Etiópia e da Somália e querem começar uma nova vida nos países do Golfo especialmente a Arábia Saudita.
O diretor de operações e emergências da Organização Internacional para Migrações, OIM, está "extremamente preocupado com a situação desumana e terrível que os migrantes enfrentam no Iêmen".
Mohammed Abdiker terminou esta semana uma visita ao país, onde cerca de 7 mil migrantes entram todos os meses. No ano passado, chegaram quase 100 mil pessoas. A grande maioria sonha em viver nos países do Golfo, em particular na Arábia Saudita.
Abdiker afirmou que “o Iêmen está passando pela pior crise humanitária do mundo” e que “obviamente não é uma rota segura para migrantes, nem para os próprios iemenitas.”
O responsável da OIM lembrou o choque do mundo, no verão passado, quando dezenas de adolescentes etíopes e somalis foram forçados a entrar no mar por contrabandistas e se afogaram. Segundo ele, "esse choque nunca se traduziu em maior proteção para outros jovens."
A OIM afirma que estes migrantes sofrem nas mãos de traficantes e outros criminosos, incluindo abusos físico e sexual, tortura, detenção arbitrária por longos períodos de tempo, trabalho forçado e até morte.
O diretor de operações e emergências da OIM diz que estas pessoas são tratadas
"apenas uma mercadoria para os contrabandistas, algo para ganhar dinheiro rápido e fácil.”
Abdiker afirmou que "qualquer assistência humanitária será sempre um curativo” e que a comunidade internacional precisa de fazer mais do que isso.
A OIM tem ajudado milhares destes migrantes a regressar aos seus paises.
Abdiker diz que “tanto os migrantes como os iemenitas precisam desesperadamente de maior apoio da comunidade internacional, e nenhum dos grupos se deve sentir forçado a transitar ou retornar a uma zona de conflito.”
Em 2017, a OIM ajudou cerca de 2,9 mil migrantes e refugiados a regressar do Iêmen para as suas casas. Cerca de 73% eram somalis, 25% etíopes e 2% de outras nacionalidades.
Três quartos da população iemenita, mais de 22 milhões de pessoas, precisam urgentemente de ajuda humanitária. Cerca de 8,4 milhões têm dificuldade em encontrar a sua próxima refeição.
Apresentação: Monica Grayley.