ONU pede acesso humanitário e fundos para Mianmar após nova onda de violência
Conflito fez subir número de deslocados e dificuldades humanitárias; restrições de acesso na região persistem e prejudicam assistência; incidente recente causou mortes e ferimentos, destacando perigos enfrentados por quase 2 milhões de deslocados.
A ONU afirma estar alarmada com os relatos de ataques a um campo para pessoas deslocadas no estado de Kachin, norte de Mianmar, na segunda-feira.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, está chocado com os relatos do assassinato de dezenas de civis no atentado à bomba e afirmou que deve haver responsabilização.
Proteção de civis
O chefe da ONU condenou todas as formas de violência, incluindo a intensificação dos ataques militares em todo o país, que aumentam a instabilidade regional. Ele adicionou que os civis devem ser protegidos, de acordo com o direito humanitário internacional.
De acordo com o porta-voz Farhan Haq, a região assistiu a uma escalada dos combates nos últimos meses, provocando um aumento no número de deslocados, bem como o agravamento das necessidades e das preocupações com a segurança.
Este incidente afetou uma aldeia e um campo de deslocados que abriga mais de 6 mil pessoas. Segundo a ONU, as organizações humanitárias enfrentam severas restrições de acesso nesta parte de Kachin há muitos anos.
Acesso à ajuda humanitária
Por isso, as Nações Unidas pedem acesso seguro e desimpedido para prestar assistência eficiente às comunidades deslocadas.
O Escritório da ONU para os Assuntos Humanitários, Ocha, afirma que, de acordo com relatórios de parceiros humanitários, 30 pessoas deslocadas internamente e outros civis foram mortos e dezenas de outros ficaram feridos.
Para a organização, o incidente de segunda-feira destaca os perigos enfrentados pelos quase 2 milhões de deslocados em Mianmar, incluindo 1,7 milhões de pessoas que fugiram das suas casas devido ao conflito e à insegurança desde fevereiro de 2021.
O Plano de Resposta Humanitária para Mianmar, que prevê quase US$ 890 milhões, recebeu apenas 28% do financiamento.