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Preços dos alimentos caíram 2,1% em agosto

Análise global destaca ainda que depreciação ocorrida em agosto se segue a uma subida de 12% observada em julho
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Análise global destaca ainda que depreciação ocorrida em agosto se segue a uma subida de 12% observada em julho

Preços dos alimentos caíram 2,1% em agosto

Assuntos da ONU

FAO aponta risco iminente de subida do valor global do arroz; Brasil é mencionado por atual recorde e estimativas de otimismo na produção de milho; país também teve influência em custos em categorias como açúcar e carnes. 

A grande oferta de trigo, milho e outros produtos alimentares básicos em agosto ajudou a baixar os preços globais da comida nesse período. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAO revelou que o Índice de Preços dos Alimentos atingiu 121,4 pontos no mês.

A agência diz estar atenta aos riscos da alta do arroz. Durante os 30 dias avaliados, o preço subiu  9,8%, após restrições às exportações feitas pela Índia, o maior produtor mundial.

Preocupações com a inflação

No geral, a avaliação dos custos internacionais de alimentos básicos registou uma queda de 2,1% em relação a julho, colocando os preços cerca de 24% abaixo do pico de março de 2022. 

FAO aponta a influência da desvalorização do real brasileiro e a baixa do custo do etanol sobre os preços mundiais do açúcar
FAO/Paballo Thekiso
FAO aponta a influência da desvalorização do real brasileiro e a baixa do custo do etanol sobre os preços mundiais do açúcar

 

No lançamento da avaliação, nesta sexta-feira, a agência atribuiu grande parte dessa queda à baixa do custo dos laticínios e das oleaginosas, uma situação que ajudou a aliviar as preocupações com a inflação.

O Brasil é destacado no índice pela oferta de milho que influenciou a redução de custos globais desta categoria pelo sétimo mês consecutivo, até atingir o valor mais baixo desde setembro de 2020.  

Brasil e preços globais de cereais secundários

Com a colheita recorde de milho no Brasil e o início da safra nos Estados Unidos, os preços mundiais de cereais secundários caíram 3,4%. Em nível global,  os grãos estiveram 0,7% mais baratos entre julho e julho, com realce para o trigo com 3,8%.

Em relação ao açúcar, a FAO aponta a influência da desvalorização do real brasileiro e a baixa do custo do etanol no país. Chuvas prejudicaram a produção em algumas áreas do mundo, mas grande colheita ainda em andamento limitou o aumento da pressão sobre os preços mundiais do açúcar. 

Agosto marca grandes aquisições de carnes de aves  por vários importadores da Ásia Oriental e no Oriente Médio
FAO/Tariq Tinazay
Agosto marca grandes aquisições de carnes de aves por vários importadores da Ásia Oriental e no Oriente Médio

 

O Brasil voltou a ser mencionado pelo efeito da grande produção das carnes de aves que ditou a queda de custos em nível internacional. Houve ainda grandes aquisições por vários importadores da Ásia Oriental e no Oriente Médio.

Resumo da Oferta e Procura de Cereais 

Em agosto, os preços das oleaginosas caíram 3,1% para 125,8 pontos. As razões principais para o fenômeno foram as reduções nos preços do óleo de girassol. A fraca procura e a grande oferta de outras opções de óleos vegetais baixaram os preços.

A análise destaca ainda que a depreciação ocorrida em agosto se segue a uma subida de 12% observada em julho.

A FAO também lançou o Resumo da Oferta e Procura de Cereais. O estudo prevê uma alta da produção mundial em torno de 0,9% em 2023 em relação ao período anterior. Este ano poderá fechar com um total de 2.815 milhões de toneladas.

A produção total de cereais secundários deverá aumentar 2,7%. As expetativas de grandes safras no Brasil e na Ucrânia devem elevar a produção de milho para um novo recorde de 1.215 milhões de toneladas, de acordo com a agência.