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FAO registra alta pelo terceiro mês consecutivo no preço dos alimentos BR

Estoques mundiais de cereais devem alcançar 895,5 milhões de toneladas em 2021.
FAO/Alessandra Benedetti
Estoques mundiais de cereais devem alcançar 895,5 milhões de toneladas em 2021.

FAO registra alta pelo terceiro mês consecutivo no preço dos alimentos

ODS

Índice de Preços revela subida 1,9% em agosto em relação a julho; valores estão cerca de 7% acima da média de 2019; FAO prevê colheitas recordes de milho na Argentina e no Brasil em 2020. 

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, informou que o preço da comida subiu 1,9% em agosto em relação ao mês anterior. A alta esteve 7% acima do valor registrado há um ano. 

A agência da ONU lançou o Índice de Preços de Alimentos que atribui o aumento pelo terceiro mês consecutivo aos cereais, oleaginosas e ao açúcar.  

Cereais  

Algumas frutas e vegetais contêm carotenos, que podem ser convertidos em vitamina A no corpo
Na dieta diária, é importante focar em comer uma mistura de alimentos básicos., by OMS/Quinn Mattingly

Em agosto, a variação média foi 96,1 pontos, em relação a 94,3 de julho. A medição mensal também inclui as categorias de laticínios e carnes. 

Segundo a FAO, a previsão das colheitas de cereais segue em direção a um recorde de quase 2.765 bilhões de toneladas. A previsão de safras históricas de milho na Argentina e no Brasil contribuirão para atingir o valor que corresponde a uma alta de 3% em relação aos níveis de 2019.  

A produção global de sorgo deve crescer 6% em relação ao ano passado. Em relação ao arroz, o aumento da colheita poderá chegar à marca de 509 milhões de toneladas em 2020. 

A previsão total para a utilização mundial de cereais na época 2020/21 é de 2.746 bilhões de toneladas. O nível está 2% acima do que foi registrado em 2019/20. 

Milho 

Em relação ao custo dos alimentos, a FAO aponta a influência dos principais cereais, os preços do sorgo, cevada e arroz foram os que mais subiram. 

A agência diz que a forte subida do valor do milho foi impulsionada por preocupações com as perspectivas de produção dos Estados Unidos após os recentes danos à safra no estado de Iowa. 

FAO prevê colheitas recordes de milho na Argentina e no Brasil em 2020.
FAO prevê colheitas recordes de milho na Argentina e no Brasil em 2020., by FAO/Atul Loke

Os preços dos óleos vegetais subiram 5,9% em relação ao mês anterior, retomando os níveis registrados no advento da crise do coronavírus no mundo no início do ano. 

A subida a do custo do óleo de palma foi provocada pela já anunciada desaceleração da produção nos principais países produtores. Esse fator combinado à forte demanda global de importação poderá causar uma baixa de reservas, 

China 

Houve ainda uma alta dos preços médios do açúcar em 6,7% em relação a julho. A situação reflete a prevista redução da produção devido às condições climáticas desfavoráveis na União Europeia e na Tailândia, além da forte demanda de importação na China. 

Na categoria dos laticínios, ocorreu uma ligeira mudança puxada por quedas nos valores dos queijos e do leite em pó integral. Essa variação foi compensada pelos altos custos de manteiga e leite desnatado. 

A FAO realça a estabilidade nos preços da categoria das carnes. Em agosto houve uma queda na carne bovina e de aves, enquanto os preços da carne suína subiram com a retoma do ritmo das importações chinesas após quatro meses consecutivos de queda. 

Estados Unidos 

Apesar de manter as previsões de colheita histórica de cereais, a agência revisou para baixo a quantidade de 2020 em 25 milhões de toneladas. A principal razão é a previsão de queda de produção nos Estados Unidos. 

Até o fim de 2021, os estoques mundiais de cereais devem alcançar 895,5 milhões de toneladas. 

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Foto: Banco Mundial/Maria Fleischmann
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