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Sul da África consolida cooperação para mitigar desastres BR

Casa destruida pelo ciclone Idai que atingiu Moçambique.
Unicef/DE WET
Casa destruida pelo ciclone Idai que atingiu Moçambique.

Sul da África consolida cooperação para mitigar desastres

Clima e Meio Ambiente

Agência da ONU apoia plano que deve movimentar US$ 1,5 bilhão para mitigar desastres; montante deve apoiar sistema de previsão e gestão de catástrofes; implementação deve ocorrer nos próximos cinco anos.

A capital moçambicana acolhe esta semana uma reunião de especialistas regionais em meteorologia para desenhar o plano de ação para os próximos cinco anos.

A Organização Meteorológica Mundial, OMM, aposta no seguimento da iniciativa global defendendo que, antes de um desastre natural, cada habitante do planeta tenha recebido a advertência. O propósito deve ser alcançado nos próximos cinco anos. 

Vista aérea em região afetada por ciclone em Madagascar
WFP/Sitraka Niaina Raharivaiv
Vista aérea em região afetada por ciclone em Madagascar

Serviços de meteorologia

Falando à ONU News da capital de Moçambique, o diretor de Parcerias da OMM, Filipe Lúcio, explicou o propósito da Declaração de Maputo. O compromisso entre os governos visa apoiar as instituições dedicadas à observação e previsão do tempo.  

A expectativa é que, a partir do documento, estejam disponíveis as atividades a ser realizadas nos países da região.

“Apoiar as instituições que também precisam de utilizar a informação gerada pelos serviços de meteorologia para tomar determinadas ações desde que haja uma previsão de tempo. Então, esperamos que o cometimento dos governos resulte num maior apoio das instituições nacionais responsáveis pela previsão e gestão de catástrofe.”

No encontro, responsáveis das áreas que lidam com a previsão e gestão de catástrofes debatem sobre a identificação das necessidades dos países da região para que tenham um sistema integrado de aviso prévio que possa levar a atuar de forma antecipada a estes fenômenos. 

Declaração de Maputo traz mais apoio para instituições dedicadas à observação e previsão do tempo

Moçambique e Angola 

A Organização Meteorológica Mundial espera injetar fundos para o tipo de ação.

“Tudo isto vai culminar no plano de investimento que vai eventualmente beneficiar-se do desejo de mobilizar US$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos para apoiar exatamente a iniciativa. E nós, na organização mundial de meteorologia, estamos a liderar esse processo. Esperamos que os tais US$ 1,5 bilhão possam apoiar e beneficiar nações como Moçambique, Angola e outros países da região.”

Nos últimos dois anos, devido a localização geográfica, ciclones e chuvas torrenciais arrasaram alguns Estados-membros da Comunidade dos Países da África Austral, Sadc. Entre os mais afetados estiveram Moçambique e Madagáscar. 

A África do Sul sofreu inundações em abril passado, onde morreram centenas de pessoas. Outros milhares de vítimas foram forçadas a abandonar suas casas. 

Em 2019, Moçambique foi atingido pelo ciclone tropical Idai. A tempestade destruiu áreas da Beira, a segunda maior do país. 
 
Cinco semanas depois, foi a vez do ciclone tropical Kenneth, o mais forte já registrado no Hemisfério Sul, atingir o norte. Os dois ciclones mataram mais de 700 pessoas e desalojaram outras 420 mil.
 
De Maputo para ONU News, Ouri Pota. 

Maria Andarus, 25 anos, perdeu a casa durante o ciclone Idai e o marido perdeu o barco
Ocha/Saviano Abreu
Maria Andarus, 25 anos, perdeu a casa durante o ciclone Idai e o marido perdeu o barco