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ONU reitera compromisso com afegãos e pede construção de nova realidade BR

Malala Yousafzai no Conselho de Segurança sobre o Afeganistão
UN Photo/Manuel Elias
Malala Yousafzai no Conselho de Segurança sobre o Afeganistão

ONU reitera compromisso com afegãos e pede construção de nova realidade

Paz e segurança

No Conselho de Segurança, representante especial do secretário-geral para o Afeganistão, Deborah Lyons, afirmou que a continuidade do engajamento internacional e o compromisso com o povo podem ajudar a obter melhores resultado. 

A representante especial do secretário-geral e chefe da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão, Unama, disse que permitir a entrada de doações no país é uma necessidade urgente. 

Deborah Lyons falou aos membros do Conselho de Segurança na quinta-feira. 

Representante especial do secretário-geral e chefe da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão, Deborah Lyons
Unama/Fardin Waezi
Representante especial do secretário-geral e chefe da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão, Deborah Lyons

Remessas 

Atualmente, as remessas foram congeladas em tentativa de evitar o acesso pelo Talibã. Mas, a dificuldade em receber ajuda financeira pode causar uma grave recessão econômica e levar ainda mais afegãos à pobreza e à fome. 

De acordo com Lyons, em diálogos, os líderes do Talibã reconhecem a necessidade de assistência internacional. A entrada de ajuda pode ser uma forma de influenciar as ações do novo governo. Assim, ela acredita que ainda é possível conduzir essa nova realidade em uma direção mais positiva. 

Novo governo 

Citando relatos de violência, repressão das liberdades das mulheres e outras violações dos direitos humanos pelas novas autoridades, ela acrescentou que a ONU também terá que avaliar formas de conversar com membros de alto nível do governo liderado pelo Talibã.  

Isso inclui o primeiro-ministro, dois vice-primeiros-ministros e o ministro dos Relações Exteriores, todos na lista de sanções das Nações Unidas. 

A representante também reforçou que a falta de mulheres e outras minorias no novo governo afegão deixou a comunidade internacional fortemente desapontada. 

Malala defende o direito das meninas a estudarem. Em 2014, ela ganhou o Prêmio Nobel de Paz.
ONU/Mark Garten
Malala defende o direito das meninas a estudarem. Em 2014, ela ganhou o Prêmio Nobel de Paz.

Mulheres e meninas 

Ainda que o novo governo tenha se comprometido a assegurar o direito das mulheres, relatos apontam que afegãs estão proibidas de trabalhar e saírem em público desacompanhadas.  

Para as jovens, o acesso à educação vem ficando mais limitado.  

O Conselho de Segurança ouviu também o apelo da ativista e Prêmio Nobel, Malala Yousafzai.  

Malala, que sobreviveu a um atentado, relatou aos delegados como era a vida de mulheres e meninas no Paquistão com o domínio talibã. 

Descrevendo sua experiência, a ativista contou ter fugido de tiros e explosões na rua.  

Malala relatou que a sua infância foi marcada por torturas públicas, escolas que deixaram de receber meninas e a proibição de mulheres em centros comerciais.  

"Esta é uma história que muitas meninas afegãs podem viver se não agirmos", alertou a ativista.