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Talibã viola direitos humanos ao atirar contra manifestantes e agredir jornalistas BR

Um dos casos recentes é a situação de deputadas no Afeganistão
Foto: Unama
Um dos casos recentes é a situação de deputadas no Afeganistão

Talibã viola direitos humanos ao atirar contra manifestantes e agredir jornalistas

Direitos humanos

Escritório de Direitos Humanos da ONU condena morte de pessoas que prostetavam de forma pacífica e espancamento de profissionais que cobriam manifestações; movimento proíbe protestos e exige que companhias de telecomunicações cortem internet dos celulares em Cabul.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU está condenando as violações cometidas pelo movimento Talibã durante protestos no Afeganistão, incluindo violência e uso de armas de fogo para dispersar manifestantes.

Esta sexta-feira, em Genebra, a porta-voz explicou que o grupo emitiu esta semana uma nota proibindo protestos nas ruas. 

Porta-voz da alta comissária para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani
ONU News
Porta-voz da alta comissária para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani

Fim da internet móvel 


Ravina Shamdasani revelou ainda que na quinta-feira, o Talibã mandou as empresas de telecomunicações desligarem a internet de celulares em áreas específicas de Cabul. A porta-voz lembrou que os afegãos estão nas ruas de forma pacífica, exigindo o respeito aos seus direitos, como liberdade de movimento e os direitos ao trabalho, à educação e à participação na política.

Por isso, o Escritório da Alta Comissária de Direitos Humanos pede ao Talibã para deixar de usar a violência e parar de prender, de forma arbitrária, manifestantes e jornalistas que cobrem os protestos.

Segundo Ravina Shamdasani, na terça-feira, 7 de setembro, o Talibã atirou e matou dois homens e feriu outras sete pessoas que participavam de uma manifestação em Herat. No mesmo dia, na capital Cabul, o movimento teria agredido e prendido várias mulheres e 15 jornalistas. 

Estudo revela que 90% de casos de assassinato de jornalistas seguem sem solução
Unama/Fardin Waezi
Estudo revela que 90% de casos de assassinato de jornalistas seguem sem solução

Mais mortes e agressões 

A porta-voz destaca ainda que no dia 8 de setembro, quando um grupo de mulheres fazia uma manifestação em Cabul, pelo menos cinco jornalistas foram detidos e dois foram espancados, por várias horas. A tática do Talibã é de dar tiros para o alto para dispersar manifestantes. 

Entre os dias 15 e 19 de agosto, um homem e um menino foram mortos pelo Talibã durante manifestações nas províncias de Nangarhar e Kunar. 

A porta-voz da alta comissária para os Direitos Humanos lembra que protestar, de forma pacífica, é um ato protegido pela lei internacional de direitos humanos. Por isso, as autoridades no Afeganistão precisam garantir um ambiente seguro para a liberdade de expressão e de reunião pacífica.

Ravina Shamdasani lembra ainda que os jornalistas que cobrem os protestos não podem ser alvo de represálias ou de nenhum tipo de assédio.