FAO contabiliza avanços no combate à praga de gafanhotos do deserto
Agência da ONU insiste em mais esforços combinados para o fim do sofrimento de milhões de pessoas vulneráveis no extremo leste da África e no Iêmen; para diretor-geral Qu Dongyu ainda é cedo para dizer que problema foi solucionado.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, disse haver sinais de que as nuvens de gafanhotos que assolam o extremo leste da África e o Iêmen, desde 2019, estejam chegando ao fim. A praga migratória é a mais destrutiva da área.
Em relatório, a FAO informou que a resposta e a atuação antecipada desde janeiro de 2020 incluem US$ 218,95 milhões. A ação em larga escala se estenderá até o fim deste junho.
Subsistência
Cerca de 2.037.000 hectares de terras foram controlados da ação dos insetos. As medidas ajudaram a salvar os meios de subsistência de 36,9 milhões pessoas com a proteção da sua segurança alimentar.
Pelo menos 305,5 mil famílias receberam meios para sobreviver, um número que ultrapassou a meta em mais de 2%. Com as ações de vigilância e intervenção para controlar a praga foram poupados US$ 1,57 bilhão em safras e produção local.
A diminuição da praga é observada com a redução das nuvens em comparação com as que existiam no primeiro trimestre do ano passado.
O sucesso se deve a fatores como a grande vigilância e operações de controle envolvendo a FAO, os governos locais e o apoio da Organização de Controle de Gafanhotos do Deserto para África Oriental e diversas ONGs.
Pandemia
A agência revelou que houve ainda condições climáticas menos favoráveis para a reprodução dos gafanhotos do deserto desde o final de 2020.
O diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, disse que a notícia é encorajadora em uma região que foi severamente atingida por vários choques, particularmente a pandemia e as inundações extremas no Sudão do Sul e no Sudão.
Mas segundo ele “ainda não é hora de declarar o fim do surto”, pelo fato de os gafanhotos serem insetos oportunistas. Eles “podem desacelerar seu metabolismo quando as condições são desfavoráveis e se reproduzem rapidamente quando as condições são adequadas”.
Outro fator é que eles podem migrar rapidamente para longe e chuvas recentes tornaram as condições ecológicas mais uma vez favoráveis para a reprodução. Por isso deve ser mantida a vigilância operacional e a capacidade de controle de maneira flexível.
Esforços
O Relatório Global sobre Crises Alimentares revela que quase um terço dos 155 milhões de pessoas em crise ou em piores níveis de crise insegurança alimentar vive no extremo leste da África e no Iêmen. São 46,2 milhões de afetados.
A agência pede aos parceiros que com mesma generosidade que demonstraram ao responder ao apelo da FAO para a crise dos gafanhotos no deserto adotem “esforços combinados para reduzir o sofrimento de pessoas vulneráveis.”