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Mortes e casos de Covid-19 se estabilizam em “níveis alarmantes” nas Américas e Caribe  BR

Indígena recebe vacinação COVID-19 no Brasil, onde casos de Covid-19 sobem novamente
Opas
Indígena recebe vacinação COVID-19 no Brasil, onde casos de Covid-19 sobem novamente

Mortes e casos de Covid-19 se estabilizam em “níveis alarmantes” nas Américas e Caribe 

Saúde

Na semana passada, foram mais de 1,2 milhão de notificações e 31 mil óbitos na região; países da América Latina representaram as cinco maiores taxas de mortalidade global.  

Os números de Covid-19 permaneceram inalterados nas Américas e Caribe nas últimas semanas, revelando uma tendência preocupante: os casos e mortes estão se estabilizando em níveis alarmantes.  

A afirmação é da diretora da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, Carissa Etienne, que falou esta quarta-feira aos jornalistas em Washington.  

Situação 

Na semana passada, houve mais de 1,2 milhão de novos casos de Covid-19 e 31 mil mortes na região.  

Uma mulher idosa recebe vacinação Covid-19 na Costa Rica
Opas
Uma mulher idosa recebe vacinação Covid-19 na Costa Rica

Durante esses sete dias, os países da América Latina representaram as cinco maiores taxas de mortalidade em todo o mundo, 

Na América do Sul: Uruguai, Argentina e Brasil estão vendo um aumento de infecções minando várias semanas de melhora.  

Carissa Etienne afirmou, no entanto, que “muitas pessoas e lugares não estão mais aderindo às medidas de saúde pública, que são eficazes contra a Covid-19.”  

Contagem 

Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde, OMS, anunciou que as mortes pelo novo coronavírus estão subnotificadas.  

Embora mais de 3,4 milhões de óbitos, desde o início da pandemia, os números reais podem ser maiores.  

Durante essa semana, a OMS está debatendo o fim da Covid e um melhor preparo para futuras pandemias, na Assembleia Mundial da Saúde, a mais importante reunião anual da agência. 

Numa entrevista separada à ONU News, a diretora-geral assistente da OMS, Mariângela Simão, destacou os principais temas na agenda.  

“Desde a discussão sobre doenças não transmissíveis, como por exemplo hipertensão, diabetes. Tem uma resolução, especificamente, sobre diabetes, há um grande interesse sobre acesso a insulina. Temos discussões sobre saúde oral, problemas visuais e a discussão sobre a pandemia, a resposta a covid-19 pelos diferentes Estados-membros, a OMS, a situação atual dos dados da epidemiologia e também do acesso aos insumos necessários para combater a Covid, inclusive a questão das vacinas. Um dos assuntos de grande interesse, e polêmicos, e a proposta de um tratado para pandemia, que ainda está em discussão, e deve ter uma resolução aprovada até ao final dessa assembleia.” 

A Assembleia Mundial da Saúde termina na próxima terça-feira, 1 de junho. 

Pandemia no centro do debate em Assembleia Mundial da Saúde

Américas

Para a Opas, “é preocupante que metade dessas mortes tenha ocorrido nas Américas, demonstrando o efeito descomunal que essa pandemia teve na região.” 

Etienne destacou o impacto na saúde e socioeconômico que o vírus teve nas mulheres, lembrando que elas representam 70% da força de trabalho em saúde na América Latina e no Caribe. 

Segundo ela, nesse momento, “muitas latino-americanas estão enfrentando a escolha impossível entre ganhar um salário e proteger sua saúde.” 

Natalidade 

De acordo com estimativas da ONU, até 20 milhões de mulheres nas Américas terão seu controle de natalidade interrompido durante a pandemia.  

Os cuidados com a gravidez e recém-nascidos também foram interrompidos em quase metade dos países das Américas, deixando em risco grávidas e novas mães. 

A chefe da Opas informou que, se isso continuar, a pandemia pode destruir mais de 20 anos de progresso na expansão do acesso das mulheres ao planejamento familiar e no combate às mortes maternas na região.  

Dados de 24 países indicam que mais de 200 grávidas adoeceram com Covid-19 nas Américas. Pelo menos mil morreram por complicações da doença.   

O risco de morte para as grávidas varia, indo de menos de 1% na Argentina, Costa Rica e Colômbia, até 5% em Honduras e 7% no Brasil.