Unicef diz que após um ano, chegou a hora de os estudantes retornarem às aulas
Fechamento ainda afeta 168 milhões de pessoas em 14 países; 66% dessas instituições de ensino estão na América Latina e no Caribe; em nova campanha na sede da ONU, agência mostra 168 cadeiras vazias, cada uma representando 1 milhão de estudantes.
Escolas para mais de 168 milhões de crianças em todo o mundo estiveram completamente fechadas por quase um ano devido às medidas de combate à Covid-19.
Os dados constam de um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef. Cerca de 214 milhões de alunos em todo o mundo, ou um em cada sete, perderam mais de 75% da aprendizagem em aulas presenciais.
Crise
Segundo a pesquisa, 14 países em todo o mundo permaneceram fechados, em grande parte, desde março do ano passado. Dois terços estão na América Latina e no Caribe, afetando quase 98 milhões de crianças e jovens.
Desses 14 países, o Panamá manteve as escolas fechadas a maior parte dos dias, seguido por El Salvador, Bangladesh e Bolívia.
Em comunicado, a diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore, disse que “a cada dia que passa, as crianças sem acesso à escola presencial ficam cada vez mais para trás, com os mais marginalizados pagando o preço mais alto.”
Para ela, os alunos não podem ter o segundo ano letivo assim. Fore afirma que “nenhum esforço deve ser poupado para manter as escolas abertas ou priorizar a reabertura.”
Consequências
O fechamento tem consequências arrasadoras para o aprendizado e o bem-estar das crianças.
As mais vulneráveis e as que não têm acesso ao ensino a distância correm um risco maior de nunca mais voltar à sala de aula e até de serem forçadas ao casamento infantil ou ao trabalho infantil.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura, Unesco, mais de 888 milhões de crianças em todo o mundo continuam enfrentando interrupções, totais ou parciais, em sua educação.
A maioria das crianças confia nas escolas como um lugar onde podem interagir com seus colegas, buscar apoio, ter acesso a serviços de saúde e imunização e uma refeição nutritiva.
Segundo o Unicef, “quanto mais as escolas permanecem fechadas, mais as crianças ficam isoladas desses elementos críticos da infância.”
Iniciativa
Para chamar a atenção, o Unicef lança esta quarta-feira a “Pandemia na Sala de Aula”, uma campanha nos jardins da sede da ONU, em Nova Iorque.
A ideia é recriar uma sala vazia com 168 carteiras, cada uma representando um milhão crianças, sem aulas presenciais, onde as escolas permanecem fechadas.
Henrietta Fore diz que “a instalação é uma mensagem aos governos, que devem priorizar a reabertura das escolas e melhores do que antes.”
Regresso
Os alunos precisarão de apoio para se reajustar e atualizar seus conhecimentos ao retornar ao colégio. Os planos de reabertura devem ajudar a recuperar os momentos de educação perdidos.
O Unicef pede aos governos para priorizarem as necessidades únicas de cada aluno, com serviços de aprendizagem, saúde e nutrição, bem como medidas de proteção para fomentar o desenvolvimento e o bem-estar das crianças.
O Quadro do Unicef para a Reabertura de Escolas, emitido em conjunto com a Unesco e outras agências da ONU, oferece conselhos práticos para as autoridades nacionais e locais.