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Acordo com companhias aéreas ajuda a levar vacinas da Covid-19 ao mundo   BR

Unicef entregando equipamentos mêdicos essênciais no Ugando no início de fevereiro
Unicef/Maria Nabatanzi
Unicef entregando equipamentos mêdicos essênciais no Ugando no início de fevereiro

Acordo com companhias aéreas ajuda a levar vacinas da Covid-19 ao mundo  

Saúde

Unicef destaca “missão histórica” após entendimento com mais de 10 transportadoras aéreas; prioridade é entregar imunizantes, medicamentos e outros suprimentos; agência da ONU realça desafio logístico “monumental e complexo” na distribuição.   

Um grupo de companhias aéreas mundiais faz parte de uma parceria para ajudar o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, a transportar vacinas contra a Covid-19 ao redor do mundo.    

A agência destaca este processo como uma “missão histórica”, em nota de lançamento da Iniciativa de Frete Aéreo Humanitário. O acordo assinado com mais de 10 companhias prioriza a entrega de vacinas, medicamentos, dispositivos médicos e outros suprimentos.   

Preparação   

Segundo o Unicef, a iniciativa também atuará como um mecanismo de preparação logística global para outras crises humanitárias e de saúde no longo prazo.   

Coalizão de vacinas da OMS, Covax, com o apoio da Aliança Global de Vacinas, Gavi, conseguiu assegurar 2 bilhões de doses de cinco produtores
University of Oxford/John Cairns
Coalizão de vacinas da OMS, Covax, com o apoio da Aliança Global de Vacinas, Gavi, conseguiu assegurar 2 bilhões de doses de cinco produtores

A diretora da Divisão de Abastecimento do Unicef, Etleva Kadilli, disse que "a entrega dessas vacinas é um empreendimento monumental e complexo, considerando os grandes volumes que precisam ser transportados, os requisitos da cadeia de frio, o número de entregas esperadas e a diversidade de rotas."   

A iniciativa reúne companhias aéreas que cobrem rotas para mais de 100 países. Esse alcance deve ajudar a chegar a todos os países que pertencem à Covax, a iniciativa da OMS para garantir acesso rápido e equitativo às vacinas para todos os países.    

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor-Leste fazem parte do mecanismo e devem começar recebendo doses até final de março.    

Objetivos 

Com base no plano de alocação da primeira rodada, 145 países receberão doses para imunizar cerca de 3% de sua população, em média, esse ano.  

As doses começam sendo distribuídas ainda no primeiro semestre, se forem cumpridos todos os requisitos e planos de alocação final. (link para a nossa matéria sobre a alocação?) 

Além de priorizar os embarques desses suprimentos, as companhias aéreas tomarão medidas como controle de temperatura e segurança, além de agregar capacidade de carga às rotas quando necessário. Seus compromissos são essenciais para a entrega oportuna e segura de vacinas e suprimentos. 

A agência defende que o transporte seguro, oportuno e eficiente de suprimentos essenciais é fundamental para apoiar o acesso a serviços essenciais para crianças e famílias. 

Segundo o Unicef, a vacinação dos trabalhadores da linha de frente apoiará os sistemas de saúde e assistência social para resumir com segurança esses serviços essenciais. 

Covax pretende distribuir pelo menos 2 bilhões de doses de vacinas em todo o mundo.
Unicef Nepal
Covax pretende distribuir pelo menos 2 bilhões de doses de vacinas em todo o mundo.

Situação 

Na segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, colocou duas versões da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca e Universidade de Oxford na lista de uso de emergência.   

Segundo a agência especializada, a imunização é adequada para países de baixa e média renda, porque não precisa de ser armazenada em temperaturas extremamente baixas e custa menos. 

O número de casos relatados de Covid-19 em todo o mundo diminuiu pela quinta semana consecutiva. Na semana passada houve o menor número de casos semanais desde outubro.  

Até agora, neste ano, o número de casos notificados semanalmente caiu quase pela metade, de mais de 5 milhões de novas notificações na semana de 4 de janeiro, para 2,6 milhões de recém-infectados na semana que começou em 8 de fevereiro.  

Falando a jornalistas em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que “isso mostra que medidas simples de saúde pública funcionam, mesmo na presença de variantes.”