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OMS lista mais duas vacinas contra Covid-19 para uso de emergência  BR

Para a OMS, uso da tecnologia mRNA é um passo ambicioso e significativo para o fim da malária
Universidade de Oxford/John Cairns
Para a OMS, uso da tecnologia mRNA é um passo ambicioso e significativo para o fim da malária

OMS lista mais duas vacinas contra Covid-19 para uso de emergência 

Saúde

Vacinas desenvolvidas pela AstraZeneca e Universidade de Oxford devem chegar aos países parceiros da iniciativa Covax nas próximas semanas; Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor-Leste recebem doses até final de março.  

A Organização Mundial da Saúde, OMS, colocou duas versões da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca e Universidade de Oxford na lista de uso de emergência.  

A decisão permite que as imunizações sejam lançadas globalmente através da Covax, a iniciativa da OMS para garantir acesso rápido e equitativo às vacinas para todos os países.  

Distribuição 

Uma das versões é produzida pela AstraZeneca-SKBio, na Coreia do Sul, e a outra pelo Instituto Serum Institute da Índia. Embora a vacina seja a mesma, as versões são feitas em unidades de produção diferentes, exigindo aprovações separadas. 

Mariângela Simão é diretora-geral assistente para Acesso a Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos da OMS
UNAIDS
Mariângela Simão é diretora-geral assistente para Acesso a Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos da OMS

A Lista de Uso de Emergência da OMS avalia a qualidade, segurança e eficácia das vacinas e é um pré-requisito para ser distribuída pela Covax.  

A vacina foi recomendada para todas as pessoas com mais de 18 anos e demonstrou ter 63,09% de eficácia. Segundo a OMS, a imunização é adequada para países de baixa e média renda, porque não precisa de ser armazenada em temperaturas extremamente baixas e custa menos. 

Importância 

Em comunicado, a diretora-geral assistente da OMS, Mariângela Simão, disse que “os países sem acesso às vacinas até o momento finalmente poderão começar a vacinar seus profissionais de saúde e populações em risco.” 

Segundo a médica brasileira, é necessário “manter a pressão para atender às necessidades das populações prioritárias em todos os lugares e facilitar o acesso global.” 

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Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Timor-Leste são os países de língua portuguesa que fazem parte da iniciativa. Os países devem receber doses da vacina ainda no primeiro trimestre do ano.  

Aprovação 

Para acelerar a distribuição de vacinas, Mariângela Simão diz que é necessário um aumento da capacidade de fabricação e que os fabricantes entreguem informações para análise o mais rapidamente possível. 

Assim que os dados são enviados, a OMS pode reunir rapidamente sua equipe e reguladores de todo o mundo para avaliar as informações e, quando necessário, realizar inspeções nas fábricas. 

No caso das vacinas da AstraZeneca e Oxford, a OMS avaliou os dados de qualidade, segurança e eficácia, planos de gestão de risco e requisitos de rede de frio. O processo demorou menos de quatro semanas. 

A vacina foi revisada em 8 de fevereiro pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização, Sage na sigla em inglês, que fez várias recomendações, como faixas etárias, intervalos entre as duas doses e conselhos para grupos específicos, como mulheres grávidas e lactantes. 

Iniciativa Covax é passo importante para a distribuição coordenada de vacinas
University of Oxford/John Cairns
Iniciativa Covax é passo importante para a distribuição coordenada de vacinas

Descida 

O número de casos relatados de Covid-19 em todo o mundo diminuiu agora pela quinta semana consecutiva. Na semana passada houve o menor número de casos semanais desde outubro. 

Até agora, neste ano, o número de casos notificados semanalmente caiu quase pela metade, de mais de 5 milhões de casos na semana de 4 de janeiro para 2,6 milhões de casos na semana que começou em 8 de fevereiro. 

Falando a jornalistas em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que “isso mostra que medidas simples de saúde pública funcionam, mesmo na presença de variantes.”