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Agência da ONU para Refugiados assiste venezuelanos despejados durante pandemia BR

Segundo o Acnur, cerca de 4 milhões de refugiados e migrantes venezuelanos foram afetados e não têm para onde ir.
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Segundo o Acnur, cerca de 4 milhões de refugiados e migrantes venezuelanos foram afetados e não têm para onde ir.

Agência da ONU para Refugiados assiste venezuelanos despejados durante pandemia

Migrantes e refugiados

Acnur atua em parceria com países que abrigam os refugiados e migrantes; ações incluem assistência jurídica contra ordens de despejo e outras medidas acirradas após agravamento da Covid-19.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, está atuando com autoridades de países latino-americanos para apoiar venezuelanos que fogem da crise política e econômica na Venezuela.

Após meses do início de medidas sociais e econômicas contra a pandemia da Covid-19, muitos estão sendo despejados de suas habitações temporárias por não poderem arcar com as despesas.

Segundo o Acnur, cerca de 4 milhões de refugiados e migrantes venezuelanos foram afetados e não têm para onde ir.

Problemas de saúde preexistentes são fatores de risco de complicações e morte pela Covid-19
Dra. Edna Patricia Gomez faz um exame de saúde em uma paciente venezuelana em um hospital na Colômbia. Foto: © IRC/Schneyder Mendoza

Parque

Um destes casos é o de Dulce Maria, de 29 anos. Ela vive na cidade colombiana de Riohacha na costa nordeste da Colômbia. Dulce perdeu o primeiro emprego informal que encontrou na Colômbia e que ajudava nas despesas do aluguel de US$ 75. 

Após três meses de atraso, ela foi despejada e passou a dormir ao relento num parque. E para a rua com ela foram a irmã e os cinco filhos. 
Ao saber da história de Dulce, o Acnur ajudou a abrigá-los num hotel por um mês. A partir daí, toda a família obteve apoio para um aluguel de emergência, que levou todos para um apartamento, de forma provisória.

Além disso, o Acnur assiste os venezuelanos com vales de aluguel e ajuda jurídica para combater ordens de despejo.

Aumento 

Os governos de toda a região suspenderam os despejos forçados durante a pandemia. Mas muitas dessas decisões já devem ser canceladas nas próximas semanas com o relaxamento de medidas de confinamento social.  

Um outro venezuelano, Eduardo García, conta que foi despejado de seu apartamento. Vendedor ambulante em Quito, capital do Equador, ele não conseguiu pagar o aluguel durante quatro meses. Ele contou que também ficou sem o tratamento contra o HIV durante a quarentena da Covid-19.

Com a ação do Acnur e de uma organização parceira, Eduardo saiu da rua e foi para um apartamento temporário.  Mesmo assim, a agência da ONU teme que o problema da falta de moradia continue afetando milhões de refugiados e migrantes no período pós-pandemia.