Acnur: Venezuela tem segunda maior crise de refugiados do mundo após Síria BR

Situação no país obrigou 4,5 milhões de pessoas a fugirem de suas casas; em comunicado conjunto, organizadores dizem que até o próximo ano, número poderá chegar a 6,5 milhões de venezuelanos; evento recebeu promessas de € 120 milhões em ajuda humanitária.
As Nações Unidas e a União Europeia encerraram, nesta terça-feira, uma conferência internacional de solidariedade a migrantes e refugiados venezuelanos.
Desde 2015, mais de 4,5 milhões de pessoas foram forçadas a sair de suas casas para escapar da crise político-econômica no país. E de acordo com a ONU, até 2020, o número pode subir para 6,5 milhões.
A crise de refugiados e migrantes venezuelanos é considerada pelo Acnur como a segunda maior do mundo ficando atrás apenas da Síria.
No evento, de dois dias em Bruxelas, foram prometidos mais de € 120 milhões em apoio aos venezuelanos que passaram a viver, em sua grande maioria, em outras partes da América Latina e do Caribe incluindo o Brasil.
A ONU News conversou com o porta-voz da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, um dos co-organizadores da conferência. William Spindler disse que esta foi a primeira sobre o tema, realizada fora da região.
“É uma indicação da importância desta crise, que é a segunda mais importante crise de refugiados do mundo. Os países europeus responderam de uma maneira muito positiva e aberta com apoio financeiro, econômico, político e técnico. Esta é uma indicação de comunidade e está tendo um impacto a nível global porque agora não só temos refugiados na América Latina, mas também na Europa.”
Spindler disse que a Conferência de Solidariedade Internacional sobre a Crise dos Refugiados e Migrantes Venezuelanos não tinha como objetivo receber doações. Para ele, as promessas provam a gravidade da situação.
O evento foi liderado pela alta representante da Comissão Europeia, Federica Mogherini, pelo chefe do Acnur, Filippo Grandi, e pelo diretor-geral da Organização Internacional para Migrações, António Vitorino.
Em comunicado conjunto, os organizadores destacaram que a meta da conferência era aumentar a conscientização em nível global sobre a crise e os esforços de acolhimento em países e comunidades latino-americanas.
As cerca de 120 delegações internacionais, presentes ao evento, apoiaram uma resposta regional e coordenada.
No evento, ficou acordada a criação de uma parceria global e inclusiva de solidariedade e responsabilidade assumidas pela comunidade internacional e com os setores público e privado.
O comunicado revela que “a crise política, de direitos humanos e socioeconômica é grave e está piorando” na Venezuela.
A conferência reuniu os mais afetados da América Latina e do Caribe, doadores, agências da ONU, representantes da União Europeia, do setor privado, ONGs, sociedade civil e parceiros, incluindo instituições financeiras internacionais.