Após explosão no Líbano, ONU pede a funcionários que fiquem em casa
Secretário-geral, António Guterres, expressou condolências ao país e disse que organização está comprometida a ajudar nesse momento difícil; segundo agências de notícias mais de 100 pessoas morreram e 4 mil estão feridas; comandante brasileiro da Força Tarefa Marítima da Unifil, no Líbano, contou à ONU News, o que viu na hora da explosão.
As Nações Unidas expressaram sua solidariedade ao povo e ao governo do Líbano após a explosão na área portuária de Beirute, capital do país, que matou pelo menos 100 pessoas, na terça-feira.
Em nota, o secretário-geral, António Guterres, disse que “as Nações Unidas estão comprometidas em apoiar o Líbano neste momento difícil.”
Força Tarefa
A ONU, que está atuando como governo libanês para ajudar na emergência, pediu ao pessoal da organização no país que permaneça em casa, nesta quarta-feira, após o incidente que deixou 4 mil feridos, entre eles muitos funcionários das Nações Unidas.
A ONU News conversou com o contra-almirante Sérgio Renato Berna Salgueirinho, comandante da Força Tarefa Marítima da Unifil, no Líbano. Ele contou o que viu na hora da explosão.
“Eu e meu estado-maior estamos embarcados na fragata Independência, que também compõe a Força Tarefa Marítima Unifil. Ontem, dia 4 de agosto, cerca de 18h, o navio estava navegando nas proximidades do porto do Líbano, quando nós percebemos uma grande explosão vindo da direção do porto. Essa explosão moveu uma onda de choque que chegou a atingir o navio, mas não causou nenhum dano e toda a tripulação está em perfeitas condições de saúde.”
Segundo agências de notícias, não se sabe o motivo da explosão, que ocorreu num depósito da área portuária. O presidente libanês, Michel Aoun, disse que no local, havia 2.750 toneladas de nitrato de amônio, estocadas de forma insegura. O governo iniciou uma investigação do caso.
Em Nova Iorque, o presidente da Assembleia Geral, Tijjani Muhammad-Bande, também enviou suas condolências às famílias das vítimas e desejou pronta recuperação aos feridos.
Nesta quarta-feira, o porta-voz da Força Interina da ONU no Líbano, Unifil, Andrea Tenenti, contou que que “a maior parte da baixa da cidade ficou destruída, o mesmo aconteceu em áreas junto da capital.”
Tenenti informou que ONU “ainda tentar avaliar a situação incluindo a escala do impacto no pessoal militar.”
Segundo a Unifil, a explosão resultou em ferimentos graves a pelo menos oito funcionários da Força-Tarefa Marítima, MTF, e ferimentos leves em vários outros. Todas as vítimas são do contingente de Bangladesh e estavam num navio da missão atracado no porto na hora da explosão.
Crianças
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, está preocupado com o número de crianças afetadas pela explosão.
Em nota, a representante do Unicef no Líbano, Yukie Mokuo, contou que a sua equipe também foi afetada. Um dos funcionários perdeu a esposa e sete ficaram levemente feridos.
A agência está fornecendo água potável para a equipe do porto e apoiando o Ministério da Saúde Pública para retirar o que resta de medicamentos e vacinas que estavam guardados em um armazém.
Crise
Yukie Mokuo disse que “a catástrofe de ontem se soma ao que já era uma crise terrível para o povo do Líbano”, agravada por uma séria crise econômica e um aumento nos casos de Covid-19.
Devido à pandemia, os hospitais já estavam sobrecarregados. Devido à desvalorização da moeda em mais de 80%, 75% dos libaneses já precisavam de ajuda em abril.
Nesta quarta-feira, foi declarado um dia de luto nacional pelas vítimas da explosão.