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ONU pede mais apoio para o combate da Covid-19 na Amazônia  BR

Enfermeira interage com homem indígena em Suba, na Colômbia, durante a pandemia
OMS/Opas/Karen González Abril
Enfermeira interage com homem indígena em Suba, na Colômbia, durante a pandemia

ONU pede mais apoio para o combate da Covid-19 na Amazônia 

Ajuda humanitária

Equipes da organização que atuam no Brasil, na Colômbia e no Peru emitiram comunicado ressaltando cooperação com os três países e barreiras a agências humanitárias devido à escassez de financiamento; indígenas estão entre as vítimas fatais da doença.

A região amazônica é uma das mais afetadas pela crise do novo coronavírus nas Américas. Na semana passada, a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, decidiu ampliar sua atuação no norte do Brasil após um aumento nos casos da Covid-19. Dentre as vítimas fatais estavam vários refugiados venezuelanos indígenas.

Algumas populações, como povos indígenas, estão mais vulneráveis às consequências da pandemia
Algumas populações, como povos indígenas, estão mais vulneráveis às consequências da pandemia, Paho/Karen González Abril

Na terça-feira, as equipes das Nações Unidas que atuam no Brasil, na Colômbia e no Peru emitiram um comunicado conjunto pedindo mais apoio para combater a pandemia na Amazônia. 

Medidas

Centenas de milhares de indígenas estão contraindo o vírus na região. A ONU informou que tem cooperado com autoridades dos três países, mas a escassez de recursos e financiamento está ameaçando o trabalho das agências humanitárias.

Segundo a ONU, 170 mil pessoas vivem em áreas remotas ao longo do rio Amazonas, onde o nível de contaminação é um dos mais altos entre integrantes de comunidades indígenas.

Com as medidas de combate à pandemia incluindo distanciamento social, ficou mais difícil chegar a esses locais, que sofreram ainda com as consequências socioeconômicas da pandemia.

As Nações Unidas citam problemas como insegurança alimentar e desigualdade de gênero, que já existiam antes da Covid, mas foram agravadas pela crise.

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Expansão

Como parte da resposta, a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, atuou com o Ministério da Saúde do Brasil para preparar o Plano Nacional de Contingência para a População Indígena.

No norte do país, em Roraima e no Amazonas, a parceria levou à expansão dos serviços de saúde para a população indígena. Houve um aumento das unidades de terapia intensiva, UTI, e o envio de equipamentos de proteção para os agentes de saúde. 

As agências da ONU também distribuíram kits de higiene e alimentos, vacinas e material de informação traduzido nas línguas locais.

Força Aérea

Na Colômbia, ações da Opas com autoridades locais têm ajudado a conter o vírus  nas regiões amazônica e de Orinoquía. Na cidade de Letícia, por exemplo, a recuperação dos infectados pelo vírus é de 90,9%. Apenas 3,1% estão internados e a média de pessoas que permanecem na UIT é de 0,3%.

A Organização Pan-Americana da Saúde ajudou a contratar quatro médicos e três enfermeiros, forneceu equipamentos de saúde e contou com a ajuda da Força Aérea Colombiana, para permitir o transporte de pacientes críticos. 

O país também recebeu um voo com 44 toneladas de alimentos e kits de higiene.

Já no Peru, uma estratégia de resposta rápida ajudou povos indígenas de Loreto e  distritos que fazem fronteira com o Brasil e a Colômbia.