Conselho de Segurança reúne-se sobre esforços da paz na Região do Sahel BR

Subsecretário-geral de Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix, diz que ações contra atos extremistas e pobreza continuam apesar de desafios impostos pela pandemia de Covid-19; área tem 20 milhões de pessoas sob risco de insegurança alimentar e 5 milhões de crianças sofrendo de má-nutrição aguda; ONU coopera com Força Conjunta Internacional G-5 Sahel.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas debateu, nesta sexta-feira, a situação na região do Sahel, na África.
O chefe do Departamento de Operações de Paz, Jean Pierre-Lacroix, disse que os últimos seis meses têm sido de desafios para as cinco nações do G-5 Sahel, a Força Conjunta, mobilizada para ajudar a restabelecer a estabilidade da região.
O Sahel G-5 é formado por Burkina Fasso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger.
Lacroix contou que terroristas e outros grupos armados estão utilizando a pandemia do novo coronavírus para minar a autoridade do Estado e dos governos. O extremismo causa perda diária de vidas, abala escolas e impede que muitos tenham acesso a serviços básicos de saúde.
Ele afirma que a reconstrução dessas comunidades afetadas precisará de vários anos, e por isso a ONU não pode ficar passiva frente aos danos causados.
Na reunião virtual, da qual participaram os comandantes das Missão de paz no Mali, Minusma, e outras operações, Lacroix pediu um reforço no apoio à força conjunta do Sahel.
Uma estrutura de comando em Niamey integra as novas ações de reforço para cooperar com as forças internacionais. A operação militar conjunta, Sama, está obtendo avanços, segundo a ONU.
A União Europeia está ajudando a financiar alguns itens como água, combustíveis e alimentos, mas para ampliar as operações de cooperação com o G-5, a Minusma precisaria de uma revisão do mandato pelo Conselho de Segurança.
Em seu relatório sobre o tema, o secretário-geral, António Guterres, pediu um pacote abrangente que seria financiado pelos países-membros através de suas contribuições à ONU. Para Guterres, esse pacote levaria a um apoio sustentável das operações.
Além disso, com a medida, a Minusma também poderia se focar exclusivamente no apoio ao processo de paz no Mali e na estabilização política do centro do país africano.
A ONU acredita que a Força Conjunta G-5 Sahel está no caminho certo, mas ainda há um longo percurso a fazer.
A região deve investir em melhorias de governança, erradicação da pobreza e na proteção dos direitos humanos para todos.
Pelo menos 20 milhões de pessoas na área do Sahel estão sob risco de insegurança alimentar. Quase 5 milhões de crianças estão enfrentando má nutrição aguda.
A União Africana e organizações regionais continuam levando apoio político à luta do G-5 Sahel contra a pobreza e o terrorismo.