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OIT: jovens trabalhadores entre os mais afetados pela pandemia de covid-19 BR

Para a agência, o legado da covid-19 sobre trabalhadores jovens pode ter consequências ainda maiores com desperdício de talento, formação e treinamento.
Foto Pnud
Para a agência, o legado da covid-19 sobre trabalhadores jovens pode ter consequências ainda maiores com desperdício de talento, formação e treinamento.

OIT: jovens trabalhadores entre os mais afetados pela pandemia de covid-19

Desenvolvimento econômico

Organização Internacional do Trabalho revela que 20% das pessoas com menos de 25 anos não estudam, não trabalham nem participam de treinamento profissional; pandemia pode elevar essas cifras. 

A crise global de covid-19 pode piorar a situação de jovens trabalhadores afetando essa faixa da população de forma mais grave.

O alerta é da Organização Internacional do Trabalho, OIT, que estima que pessoas menores de 25 anos serão fortemente impactadas pelas consequências econômicas da pandemia. 

No ano passado, a agência da ONU publicou um relatório sobre os desafios de trabalhadores jovens para conseguirem emprego decente mesmo em tempos de economias fortes.
No ano passado, a agência da ONU publicou um relatório sobre os desafios de trabalhadores jovens para conseguirem emprego decente mesmo em tempos de economias fortes. Foto: Maxime Fossat/OIT

Desafios

No ano passado, a agência da ONU publicou um relatório sobre os desafios de trabalhadores jovens para conseguirem emprego decente mesmo em tempos de economias fortes.

Cerca de 20% dos jovens de até 25 anos estavam sem emprego, fora do sistema educativo ou de treinamento profissional, o que é conhecido pela sigla Neet, em inglês. 

Para a OIT, existem cinco razões principais pelas quais os jovens serão mais afetados pelas consequências socioeconômicas da pandemia:

Negócios

1) Trabalhadores jovens são atingidos mais que os mais velhos e experientes em épocas de recessão. Registros indicam que os jovens são também os primeiros a serem demitidos quando há uma crise. Muitos são lançados na economia informal. Empreenderes jovens e empresas geridas por jovens enfrentam problemas semelhantes por não saberem como lidar com dificuldades nos negócios.

2. Cerca de 75% dos jovens trabalham na economia informal (especialmente em países de rendas baixa e média). Por exemplo, na agricultura ou em cafés e restaurantes pequenos. Com pouca ou nenhuma reserva de dinheiro, eles não têm como ficar fora do trabalho ou fazer o autoisolamento contra a pandemia.

3. Muitos trabalhadores jovens estão em “tipos de emprego não-padronizados” incluindo part-time ou avulsos. Esses postos pagam pouco, não têm proteção social e os empregados trabalham em horas irregulares. Muitos não têm direito a benefícios empregatícios ou seguro desemprego. 

4. Trabalhadores jovens geralmente atuam em setores e indústrias que estão fortemente afetadas pela pandemia de covid-19. Em 2018, cerca de 30% dos jovens empregados na União Europeia estavam em vendas, varejo, hospitalidade e setor de alimentos. Muitos como lojistas, cozinheiros, garçons e garçonete etc). Essas posições estão entre as mais afetadas pela pandemia. As mulheres abaixo de 25 anos são mais fortemente atingidas por ocuparem mais da metade desses postos. Dos trabalhadores na área de gastronomia e hotelaria 57% são mulheres na Suíça e 65% no Reino Unido. 

5. Os jovens estão mais sob risco que qualquer outro grupo etário quando o tema é automação dos serviços.

Para a OIT, os governos precisam levar esses pontos em consideração na formulação de políticas e medidas de proteção social para os trabalhadores jovens
©UNHCR/O. Akindipe
Para a OIT, os governos precisam levar esses pontos em consideração na formulação de políticas e medidas de proteção social para os trabalhadores jovens

Sociedades

Para a OIT, os governos precisam levar esses pontos em consideração na formulação de políticas e medidas de proteção social para os trabalhadores jovens 

O impacto sobre a juventude terá consequências de longo prazo sobre sociedades inteiras. Entrar no mercado de trabalho durante uma recessão pode levar a perdas salariais que afetarão toda a carreira dos trabalhadores jovens. 

Para a agência, o legado da covid-19 sobre trabalhadores jovens pode ter consequências ainda maiores com desperdício de talento, formação e treinamento.