ONU intensifica ajuda humanitária para deslocados que fogem de confrontos no noroeste da Síria
Chefe humanitário anuncia mais auxílio após acordo alcançado com autoridades da Turquia; diretores do PMA e do Unicef visitaram comunidades a 30 km da linha de frente de combates entre forças do governo e rebeldes.
Altos funcionários das Nações Unidas visitaram milhares de deslocados vítimas da guerra na Síria para acompanhar os esforços de apoio na que é conhecida como uma das maiores crises humanitárias dos últimos anos.
Na área fronteiriça de Hatay, na Turquia, o subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, anunciou esta terça-feira que aumentou a assistência às vítimas depois de um entendimento com as autoridades turcas.
Caminhões
O número de caminhões que passam pela fronteira passará a ser de 100 a cada dia. A decisão segue-se ao apoio dos Estados Unidos com US$ 108 milhões e cerca de US$ 300 milhões de outros doadores.
Falando a jornalistas no distrito turco de Reyhanli, Lowcock defendeu que a operação de socorro tem sido imensa, mas carece de “um pouco mais de tudo”. A primeira necessidade são fundos.
O número de deslocados sírios na região aumentou para 980 mil. Destes, mais da metade são crianças que precisam de abrigos adequados e instalações sanitárias nas áreas próximas à fronteira com a Turquia.
Famílias
Ainda na terça-feira, os diretores do Programa Mundial de Alimentação, PMA, e do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, visitaram famílias de uma área rural da província de Idlib que fica a 30 km de locais onde ocorrem combates.
David Beasley declarou ter ficado impressionado com a resiliência dos sírios perante o nível alarmante da violência. No terreno, o PMA entrega alimentos a famílias, instalações de saúde e escolas. O representante destacou ações das duas agências da ONU para que as crianças retornem às salas de aula.
Já a chefe do Unicef, Henrietta Fore, disse ter ficado motivada com a esperança e determinação dos sírios após nove anos de conflito. Ela afirmou que embora as populações ainda não tenham paz, estão ansiosas para aprender em escolas e melhorar o futuro com ações de impacto na comunidade.
No noroeste do país continuam os combates entre forças do governo sírio e rebeldes. Mais de 2,8 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária.
As Nações Unidas pediram US$ 500 milhões para fazer chegar ajuda a 1,1 milhão de sírios que vivem em situação de maior fragilidade.