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Após visita à Síria, chefes do PMA e Unicef ressaltam urgência no fim da violência BR

Unicef destaca que mesmo longe da linha de frente, os sírios batalham para alimentar seus filhos.
PMA
Unicef destaca que mesmo longe da linha de frente, os sírios batalham para alimentar seus filhos.

Após visita à Síria, chefes do PMA e Unicef ressaltam urgência no fim da violência

Ajuda humanitária

David Beasley, do Programa Mundial de Alimentos, e Henrietta Fore, do Unicef estiveram no noroeste do país incluindo a cidade de Idlib, de onde fugiram, desde dezembro, quase 1 milhão de pessoas por causa dos combates; preço dos alimentos subiu 60% em 24 meses.

Os chefes do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Henrietta Fore, e do Programa Mundial de Alimentos, PMA, David Beasley, visitaram a Síria esta semana, e pediram o fim imediato da guerra no país, que já dura nove anos.  

O noroeste vive uma escalada da violência e a insegurança alimentar atinge um terço dos sírios. Mais da metade das unidades de saúde não funciona.

Armas

Para a diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore, as crianças sírias “sofrem o impacto de uma guerra sem piedade e continuarão sofrendo muito após o silenciar das armas”

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Fore destaca que escolas e hospitais foram bombardeados, famílias destruídas e jovens assassinados. Ela afirmou que mesmo longe da linha de frente, os sírios batalham para alimentar seus filhos e reconstruir suas vidas. Para a diretora, “a história julgará severamente” os responsáveis pelo que chamou de um fracasso conjunto.

Entre 2018 e 2019, o número de pessoas em insegurança alimentar aumentou de 6,5 milhões para 7,9 milhões. As Nações Unidas calculam que o conflito elevou os preços dos alimentos em cerca de 60%.

Alimentos

Já o diretor executivo do PMA, David Beasley, lembrou que milhões de pessoas cujas vidas foram destruídas pela guerra não podem ter comida na mesa.

A agência da ONU oferece ajuda alimentar a mais de 7,5 milhões de pessoas dentro da Síria e nos países vizinhos.

Os dois diretores visitaram uma escola, um centro de distribuição de alimentos e uma instalação de saúde em Sinjar, no sul de Idlib. Na área, situada a 30 km da linha de frente, ambos tiveram contato com crianças nascidas no início da guerra e famílias deslocadas em situação de fragilidade.

Crianças

Em Idlib, mais de meio milhão de crianças foram obrigadas a abandonar suas áreas de origem nos últimos três meses. São 6 mil menores expostos a essa situação por dia.

Cerca de 180 escolas não operam porque foram destruídas, danificadas ou usadas como abrigo para famílias deslocadas. Na província do noroeste, os preços dos alimentos aumentaram 120% desde o ano passado.

Crianças brincam em um campo de deslocados no sul de Idlib, na Síria.
Crianças brincam em um campo de deslocados no sul de Idlib, na Síria., by Foto: Ocha

Os dois chefes de agência pediram a proteção das crianças, da infraestrutura civil  e  o fim de combates na área. Milhares de crianças da região vivem em acampamentos de deslocados sem acesso a serviços essenciais. 

Cerca de 28 mil menores de mais de 60 países continuam isolados no acampamento de Al Hol, depois de serem rejeitados por seus governos e comunidades.

Famílias

Em reunião com membros do governo sírio, Henrietta Fore e David Beasley renovaram o compromisso das agências que lideram para ajudar os sírios com serviços de educação, nutrição, saúde, proteção e alimentação.

Ambos pediram uma maior capacidade para movimentar funcionários humanitários e suprimentos em áreas de conflito e além-fronteiras. A ideia é chegar às populações que mais precisam. As crianças são 5 milhões dos 11 milhões de necessitados.

 

Crianças em um campo para deslocados em Idlib, norte da Síria.
Ocha
Crianças em um campo para deslocados em Idlib, norte da Síria.