Perspectiva Global Reportagens Humanas

Alta comissária dos Direitos Humanos visita República Democrática do Congo BR

Bachelet contou que os moradores, a maioria mulheres e crianças, tentam se proteger do rigoroso inverno sírio e dos bombardeios em abrigos improvisados com folhas de plástico.
Foto: ONU News/Daniel Johnson
Bachelet contou que os moradores, a maioria mulheres e crianças, tentam se proteger do rigoroso inverno sírio e dos bombardeios em abrigos improvisados com folhas de plástico.

Alta comissária dos Direitos Humanos visita República Democrática do Congo

Direitos humanos

Michelle Bachelet chega no país africano esta quinta-feira para visita de cinco dias; ela vai se reunir com deslocados pela violência e organizações da sociedade civil; na capital, Kinshasa, terá reunião com presidente Félix Tshisekedi.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, chega à República Democrática do Congo esta quinta-feira para uma visita de cinco dias, a convite do governo.

A representante começa a visita em Bunia, na província de Ituri, no nordeste do país, que tem sido afetada pela violência entre os grupos Lendu e Hema.

Costa Neves lembrou que a força de paz da ONU na República Democrática do Congo tem um contingente total de 15% de mulheres.
Força de paz da ONU na República Democrática do Congo tem um contingente total de 15% de mulheres, ONU/Michael Ali

Violência

Nessa cidade, Bachelet encontrará deslocados pela violência e representantes dos grupos Lendu e Hema. Ela terá ainda encontros com vítimas de tortura e violência sexual, bem como representantes do governo local.

Segundo um relatório do Escritório Conjunto das Nações Unidas para os Direitos Humanos, divulgado em janeiro, assassinatos, estupros e outras formas de violência que ocorreram na região podem representar crimes contra a humanidade. 

A pesquisa diz que pelo menos 701 pessoas foram mortas e 168 feridas durante conflitos entre as comunidades Hema e Lendu, nos territórios de Djugu e Mahagi, no nordeste da RD Congo, entre dezembro de 2017 e setembro de 2019. Além disso, pelo menos 142 pessoas foram vítimas de violência sexual.

Desde fevereiro de 2018, quase 57 mil pessoas encontraram refúgio no Uganda e mais de 556 mil fugiram para regiões vizinhas, de acordo com a agência das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur. Vários campos e aldeias onde os Hema se refugiaram foram invadidos, queimados e destruídos pelos grupos armados de Lendu.

Encontros

Na sexta-feira, Bachelet parte para a capital do país, Kinshasa, para três dias de encontros com autoridades nacionais. A alta comissária terá reuniões com os ministros dos Negócios Estrangeiros, da Defesa e Justiça, Direitos Humanos, Crianças e Famílias, entre outros.

A representante encontrará ainda a Comissão Nacional de Direitos Humanos, organizações da sociedade civil, chefes de agências da ONU no país, a representante especial do secretário-geral, Leila Zerrougui, e funcionários da Missão da ONU, Monusco.

No último dia da viagem, segunda-feira, 27 de janeiro, ela terá uma reunião com o presidente Félix Tshisekedi.

A Missão da ONU acaba de receber um novo comandante, o general brasileiro Costa Neves.

Tropas de paz da Missão das Nações Unidas na RD Congo, Monusco, patrulham Ituri
Monusco
Tropas de paz da Missão das Nações Unidas na RD Congo, Monusco, patrulham Ituri