Alta comissária dos Direitos Humanos visita República Democrática do Congo
Michelle Bachelet chega no país africano esta quinta-feira para visita de cinco dias; ela vai se reunir com deslocados pela violência e organizações da sociedade civil; na capital, Kinshasa, terá reunião com presidente Félix Tshisekedi.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, chega à República Democrática do Congo esta quinta-feira para uma visita de cinco dias, a convite do governo.
A representante começa a visita em Bunia, na província de Ituri, no nordeste do país, que tem sido afetada pela violência entre os grupos Lendu e Hema.
Violência
Nessa cidade, Bachelet encontrará deslocados pela violência e representantes dos grupos Lendu e Hema. Ela terá ainda encontros com vítimas de tortura e violência sexual, bem como representantes do governo local.
Segundo um relatório do Escritório Conjunto das Nações Unidas para os Direitos Humanos, divulgado em janeiro, assassinatos, estupros e outras formas de violência que ocorreram na região podem representar crimes contra a humanidade.
A pesquisa diz que pelo menos 701 pessoas foram mortas e 168 feridas durante conflitos entre as comunidades Hema e Lendu, nos territórios de Djugu e Mahagi, no nordeste da RD Congo, entre dezembro de 2017 e setembro de 2019. Além disso, pelo menos 142 pessoas foram vítimas de violência sexual.
Desde fevereiro de 2018, quase 57 mil pessoas encontraram refúgio no Uganda e mais de 556 mil fugiram para regiões vizinhas, de acordo com a agência das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur. Vários campos e aldeias onde os Hema se refugiaram foram invadidos, queimados e destruídos pelos grupos armados de Lendu.
Encontros
Na sexta-feira, Bachelet parte para a capital do país, Kinshasa, para três dias de encontros com autoridades nacionais. A alta comissária terá reuniões com os ministros dos Negócios Estrangeiros, da Defesa e Justiça, Direitos Humanos, Crianças e Famílias, entre outros.
A representante encontrará ainda a Comissão Nacional de Direitos Humanos, organizações da sociedade civil, chefes de agências da ONU no país, a representante especial do secretário-geral, Leila Zerrougui, e funcionários da Missão da ONU, Monusco.
No último dia da viagem, segunda-feira, 27 de janeiro, ela terá uma reunião com o presidente Félix Tshisekedi.
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