Segurança no Mali e Sahel piora a ritmo alarmante, diz chefe de operações de paz
Jean-Pierre Lacroix falou ao Conselho de Segurança temas como terrorismo, acordo de paz, cooperação internacional e presença da ONU; subsecretário-geral diz que Missão da ONU no Mali, Minusma, carece de mais recursos para conter a violência.
O subsecretário-geral da ONU para Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix, disse ao Conselho de Seguranca que a situação no Mali e em toda a região do Sahel está se deteriorando “a um ritmo alarmante”.
Durante o encontro, nesta quarta-feira em Nova Iorque, Lacroix também afirmou que “a implementação rápida e completa do acordo de paz continua sendo o único caminho viável para estabilizar o Mali.”
Ataques
No início do discurso, o chefe das operações lembrou os ataques que aconteceram na região desde o início do ano.
Na semana passada, 18 soldados da missão da ONU no Mali, Minusma, foram feridos em um ataque ao acampamento em Tessalit, no norte do país. Na quinta-feira, 89 soldados nigerianos foram mortos em Chinagoder, perto da fronteira com o Mali. Em 4 de janeiro, 14 crianças morreram em um ataque a um ônibus perto da fronteira, no norte de Burkina Fasso.
Lacroix disse aos membros do Conselho que grupos terroristas estão proliferando nas regiões de Ménaka e Gao, no Mali. Segundo ele, os atentados "ocorrem agora quase todos os dias."
Terrorismo
O subsecretário-geral afirmou que "o terrorismo continua a alimentar a violência intercomunitária no centro do Mali" E que, por isso, existem agora mais pessoas deslocadas e com insegurança alimentar do que no passado.
Para ele, o destacamento de forças de defesa e segurança reconstituídas continua sendo uma prioridade urgente. Em 6 de janeiro, o primeiro batalhão reconstituído foi destacado para Kidal, aonde deve chegar no final do mês.
Lacroix disse que "este é um passo importante para restaurar a autoridade do estado em todo o país."
Missão da ONU
Lacroix defendeu a presença da ONU no Mali, dizendo que "a crescente presença e atividades da Minusma na região de Mopti ajudaram a impedir uma nova escalada de violência intercomunitária e massacres em larga escala."
Para o chefe de operações de paz, no entanto, "a Minusma não pode implementar as novas prioridades estratégicas no centro do país sem ter recursos adicionais."
O subsecretário-geral afirmou ainda que a Minusma "é apenas um elemento de uma resposta coletiva mais ampla". Parte dessa resposta, são os países que compõe a Força Conjunta G5-Sahel, Burkina Fasso, Mali, Mauritânia, Níger e Chade.
Lacroix disse estar “encorajado pelo firme compromisso expressado pelos chefes de Estado” essa semana.
A Minusma dá apoio operacional e logístico à G5-Sahel. Apesar desse esforço, Lacroix afirmou que "a Força Conjunta não consegue irar o máximo proveito desse apoio porque não pode fazer o transporte dos bens essenciais para todos os seus setores e contingentes."
Para terminar, o subsecretário-geral afirmou que as Nações Unidas estão prontas para implementar "soluções mais criativas e proativas" para garantir que a Força Conjunta do G5-Sahel receba todo o apoio necessário.