ONU expande ajuda alimentar no Haiti para 700 mil pessoas
Cerca de 3,7 milhões de haitianos precisam de apoio, com 1 milhão de pessoas enfrentando situação de fome severa; programa de alimentação escolar fornece refeições para 300 mil crianças anualmente em 1,2 mil escolas.
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, está aumentando as suas operações no Haiti para fornecer assistência alimentar de emergência a 700 mil pessoas.
Um em cada três haitianos, ou 3,7 milhões, precisa de assistência alimentar urgente e cerca de 1 milhão de pessoas enfrenta uma situação de fome severa. A agência da ONU precisa de US$ 62 milhões para esta resposta.
Resposta
Em nota, o diretor regional do PMA para a América Latina e Caribe, Miguel Barreto, disse que “as famílias pobres enfrentam uma situação muito dramática.”
Miguel Barreto, que está em visita oficial ao Haiti até domingo, disse que a agência e os seus parceiros “estão fazendo o possível para alcançar um número crescente de pessoas vulneráveis com assistência de emergência.”
Causas
A crise é causada pelo aumento dos preços, desvalorização da moeda local e queda na produção agrícola. Os problemas sociais e civis nos últimos três meses também deixaram muitas estradas intransitáveis, impedindo o acesso para famílias mais pobres.
Recentemente, uma rápida melhora na segurança permitiu que o PMA prestasse assistência alimentar a famílias que estavam isoladas desde setembro. A ajuda entregue pela agência permite alimentar uma família por um mês.
Nas últimas três semanas, quase 23 mil pessoas receberam assistência alimentar de emergência no departamento Nord-Ouest. Segundo as autoridades nacionais, está é a região que enfrenta a maior insegurança alimentar.
Em 2019, o PMA já respondeu às necessidades alimentares de 138 mil pessoas. A agência também está distribuindo ajuda em dinheiro e vales. Em novembro, 67 mil pessoas receberam dinheiro para que os mercados locais pudessem se recuperar.
Instabilidade
A instabilidade também prejudicou os esforços das organizações humanitárias. O transporte de alimentos para muitas comunidades vulneráveis, principalmente usando as estradas entre a capital, Port-au-Prince, e o sul do país, foi afetado.
O diretor regional disse que o PMA continua comprometido no seu trabalho. Barreto diz que “é emocionante ver escolas reabrindo e crianças assistindo às aulas porque existe uma refeição quente.” Segundo ele, “muitas vezes para as famílias pobres essa é a única refeição que comem em um dia.”
O programa de alimentação escolar do PMA fornece refeições para 300 mil crianças anualmente em 1,2 mil escolas. Ainda assim, apenas 60% das escolas reabriram desde que a turbulência começou há três meses.