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PMA começa suspenção parcial de ajuda humanitária no Iêmen BR

Segundo o PMA, 20,1 milhões destas pessoas sofrem com insegurança alimentar no Iêmen.
Foto: PMA/Annabel Symington
Segundo o PMA, 20,1 milhões destas pessoas sofrem com insegurança alimentar no Iêmen.

PMA começa suspenção parcial de ajuda humanitária no Iêmen

Ajuda humanitária

Programa Mundial de Alimentos diz que decisão foi tomada como último recurso após interrupção nas negociações de acordo; prioridade de agência da ONU continua a ser alimentar crianças, mulheres e homens mais famintos do Iêmen.

O porta-voz do Programa Mundial de Alimentos, PMA, disse que a agência “iniciou uma suspensão parcial das operações de assistência alimentar em áreas do Iêmen sob o controle das autoridades de Sanaa”

Em coletiva de impressa nessa sexta-feira em Genebra, Hervé Verhoosel  destacou que “a decisão foi tomada como último recurso depois que foram interrompidas as longas negociações sobre um acordo que buscava introduzir controles para impedir o desvio de alimentos de algumas das pessoas mais vulneráveis ​​do Iêmen.”

Nos últimos meses, o PMA tem prestado assistência alimentar a mais de 10 milhões de pessoas no Iêmen.
Nos últimos meses, o PMA tem prestado assistência alimentar a mais de 10 milhões de pessoas no Iêmen., by PMA/Annabel Symington

Prioridade

O porta-voz apontou que “a prioridade do PMA continua a ser a de alimentar as crianças, as mulheres e os homens mais famintos do Iêmen.” Ele disse que,  “como em qualquer zona de conflito, alguns indivíduos procuram lucrar se aproveitando da vulnerabilidade e desviando alimentos para longe de onde são mais necessários.”

A agência da ONU busca o apoio das autoridades de Sanaa para introduzir um sistema de registro biométrico que evite o desvio e proteja as famílias iemenitas que recebem ajuda, garantindo que a comida chegue àqueles que mais precisam.

Acordo

Verhoosel lamentou que as partes ainda estejam tentando chegar a um acordo. Ele disse que a integridade da operação da agência “está sob ameaça” e que a responsabilidade da agência para com aqueles que estão recebendo ajuda “foi prejudicada”.

O porta-voz disse ainda que o PMA tem apelado repetidamente às autoridades de Sanaa para que seja concedido o espaço e a liberdade para operações de acordo com os princípios de humanidade, imparcialidade, neutralidade e independência operacional, que orientam o trabalho da agência em 83 países ao redor do mundo.

Distribuição

Verhoosel apontoou que “muitos iemenitas sofreram por longo tempo durante o conflito em curso.” Ele destacou que o PMA continuará “a buscar a cooperação das autoridades de Sanaa” e que a agência continua otimista “de que um caminho a seguir possa ser encontrado.”

De acordo com o porta-voz, o PMA está pronto “para retomar imediatamente as distribuições de alimentos” quando for estabelecido “um acordo sobre um exercício de identificação de beneficiários independente e a implantação de um sistema de registro biométrico.”

Suspensão

Nesta fase, com o apoio de todo o sistema das Nações Unidas, o PMA está suspendendo o fornecimento de ajuda apenas na cidade de Sanaa, afetando 850 mil pessoas. Durante o período de suspensão, a agência manterá programas de nutrição para os necessitados incluindo “crianças, grávidas e mulheres que estão amamentando.”

A população no Iêmen atualmente é de cerca de 30 milhões de pessoas. Segundo o PMA, 20,1 milhões destas pessoas sofrem com insegurança alimentar, dos quais quase 10 milhões enfrentam insegurança alimentar severa e não sabem de onde virá a próxima refeição.

Assistência

Nos últimos meses, o PMA tem prestado assistência alimentar a mais de 10 milhões de pessoas. No mês de maio, a agência ajudou 11,3 milhões de pessoas.

Verhoosel destaca que “o objetivo da agência é alimentar por mês 12 milhões das pessoas mais vulneráveis ​​e com insegurança alimentar, o dobro de 2018.” Destes, cerca de 9 milhões estão em áreas controladas pelos combatentes houthis.