Agências da ONU condenam morte de jornalista na RD Congo
Profissional escrevia sobre temas relacionados ao surto de ebola; em 2019, Nações Unidas documentaram mais de 300 ataques a serviços de saúde que causaram seis mortes e deixaram 70 feridos no país.
Um grupo que inclui o Governo da República Democrática do Congo e parceiros internacionais condenou “nos termos mais fortes possíveis” o assassinato de um jornalista que divulgava informações para prevenir a propagação do vírus de ebola no país.
As autoridades congolesas informaram que a casa de Papy Mumbere Mahamba foi invadida e incendiada no domingo por indivíduos não identificados em Lwebma, na província de Ituri, nordeste. Eles também feriram a esposa do jornalista.

Suspeitos
Esta segunda-feira, o grupo de parceiros publicou uma nota destacando que ainda não está claro o motivo do ataque. Dois suspeitos foram presos pelas autoridades como parte de uma investigação sobre o assassinato.
Este ano, a OMS documentou mais de 300 ataques a serviços de saúde no país, que causaram seis mortes e deixaram 70 feridos incluindo profissionais e pacientes no país.
A agência destaca que todo o ato desse tipo atrasa a resposta ao ebola, que não pode avançar se não houver um ambiente propício para que as equipes de resposta cheguem à população.
A reação é do secretariado técnico interministerial da resposta ao surto de ebola, o Ministério da Saúde e parceiros como a Organização Mundial da Saúde, o Fundo da ONU para a Infância, e as Operações de Emergência para Resposta à doença.
Surto
A vítima trabalhou numa rádio comunitária em Lwemba e realizou ações para despertar a consciência da comunidade sobre o décimo surto de ebola no país, que há mais de um ano afeta as províncias de Ituri, Kivu do Norte e Kivu do Sul.
Diante da segunda pior epidemia de ebola da história, o comunicado destaca que qualquer ato de violência contra pessoas envolvidas com a resposta é inaceitável.
A nota destaca que esses atos comprometem a capacidade dos profissionais de saúde de prestar assistência às comunidades afetadas pela doença.
Entidades como a Polícia Nacional, a Agência Nacional de Inteligência e as Forças Armadas trabalham para garantir que os responsáveis pelo “ato hediondo sejam levados à justiça o mais rapidamente possível”, destaca a nota.
O grupo expressa solidariedade às famílias dos afetados pelo incidente e à comunidade onde aconteceu o ato de violência.
