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Agências da ONU condenam morte de jornalista na RD Congo BR

Autoridades congolesas informaram que a casa de Papy Mumbere Mahamba foi invadida e incendiada no domingo por indivíduos não identificados.
ONU/Mark Garten
Autoridades congolesas informaram que a casa de Papy Mumbere Mahamba foi invadida e incendiada no domingo por indivíduos não identificados.

Agências da ONU condenam morte de jornalista na RD Congo

Paz e segurança

Profissional escrevia sobre temas relacionados ao surto de ebola; em 2019, Nações Unidas documentaram mais de 300 ataques a serviços de saúde que causaram seis mortes e deixaram 70 feridos no país.

Um grupo que inclui o Governo da República Democrática do Congo e parceiros internacionais condenou “nos termos mais fortes possíveis” o assassinato de um jornalista que divulgava informações para prevenir a propagação do vírus de ebola no país.

As autoridades congolesas  informaram que a casa de Papy Mumbere Mahamba foi invadida e incendiada no domingo por indivíduos não identificados em Lwebma, na província de Ituri, nordeste. Eles também feriram a esposa do jornalista.

Zona de tratamento do ebola na província do Kivu Norte, na República Democrática do Congo.
Zona de tratamento do ebola na província do Kivu Norte, na República Democrática do Congo. Foto: Unicef/Tremeau

Suspeitos

Esta segunda-feira, o grupo de parceiros publicou uma nota destacando que ainda não está claro o motivo do ataque. Dois suspeitos foram presos pelas autoridades como parte de uma investigação sobre o assassinato.

Este ano, a OMS documentou mais de 300 ataques a serviços de saúde no país, que causaram seis mortes e deixaram 70 feridos incluindo profissionais e pacientes no país.

A agência destaca que todo o ato desse tipo atrasa a resposta ao ebola, que não pode avançar se não houver um ambiente propício para que as equipes de resposta cheguem à população.

A reação é do secretariado técnico interministerial da resposta ao surto de ebola, o Ministério da Saúde e parceiros como a Organização Mundial da Saúde, o Fundo da ONU para a Infância, e as Operações de Emergência para Resposta à doença.

Agências da ONU condenam morte de jornalista que cobria surto de ebola na RD Congo

Surto

A vítima trabalhou numa rádio comunitária em Lwemba e realizou ações para despertar a consciência da comunidade sobre o décimo surto de ebola no país, que há mais de um ano afeta as províncias de Ituri, Kivu do Norte e Kivu do Sul.

Diante da segunda pior epidemia de ebola da história, o comunicado destaca que qualquer ato de violência contra pessoas envolvidas com a resposta é inaceitável.

A nota destaca que esses atos comprometem a capacidade dos profissionais de saúde de prestar assistência às comunidades afetadas pela doença.

Entidades como a Polícia Nacional, a Agência Nacional de Inteligência e as Forças Armadas trabalham para garantir que os responsáveis pelo “ato hediondo sejam levados à justiça o mais rapidamente possível”, destaca a nota.

O grupo expressa solidariedade às famílias dos afetados pelo incidente e à comunidade onde aconteceu o ato de violência.

Vítimas do ebola enterradas no cemitério Kitatumba, no Butembo, no leste da República Democrática do Congo.
ONU/Martine Perret
Vítimas do ebola enterradas no cemitério Kitatumba, no Butembo, no leste da República Democrática do Congo.