OMS elogia medidas no Ruanda que evitam chegada do vírus ebola
Banco Mundial anunciou até US$ 300 milhões para ampliar combate à emergência de saúde pública de preocupação internacional; desde início do surto, 2.612 pessoas já foram contaminadas e 1.756 morreram.
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, OMS, elogiou esta quinta-feira o Ruanda pelos esforços de preparação para o ebola e confirmou que nenhum caso do vírus foi encontrado no país.
Em nota, Tedros Ghebreyesus disse que “o Ruanda tem sido proativo em todos os níveis desde que o surto foi declarado há quase um ano na vizinha República Democrática do Congo.”
Medidas
O representante elogiou as ações tomadas, dizendo que permitiram evitar casos da doença apesar dos altos níveis de tráfego e movimentação de pessoas entre os dois países.
O país tem um Plano Nacional de Preparação e capacita trabalhadores na detecção e resposta precoce, educando comunidades, vacinando trabalhadores em áreas de alto risco, equipando centros de saúde e realizando exercícios de simulação para manter um alto nível de prontidão.
Desde o início do surto, foi implementado um sistema de rastreio de sintomas em todos os pontos de entrada. A medida foi reforçada depois da confirmação de um caso na cidade congolesa de Goma.
Todos os dias, dezenas de milhares de pessoas atravessam a fronteira de Goma para a cidade do Ruanda de Gisenyi. Todos têm suas temperaturas controladas, lavam as mãos e ouvem mensagens sobre o surto.
Também foi estabelecido um centro de tratamento e 23 unidades de isolamento estão sendo preparadas em hospitais de 15 distritos prioritários. Exercícios de simulação de resposta foram conduzidos em hospitais e aeroportos. Cerca de 3 mil profissionais de saúde em áreas de alto risco foram vacinados como medida preventiva.
Tedros Ghebreyesus afirmou, no entanto, que "enquanto o surto continuar na República Democrática do Congo, existe um risco muito real de disseminação para os países vizinhos.” O chefe da OMS pediu “à comunidade internacional que continue apoiando este trabalho crítico.”
Apoio
Na quarta-feira, o Banco Mundial anunciou até US$ 300 milhões para ampliar o apoio aos esforços de combate à epidemia. Este mês, a OMS anunciou que o surto constitui uma emergência de saúde pública de preocupação internacional.
A diretora executiva do Banco Mundial, Kristalina Georgieva, disse que “as comunidades e profissionais de saúde na linha de frente precisam urgentemente de mais apoio e recursos da comunidade internacional para evitar que a crise se agrave dentro do país e se espalhe através das fronteiras.”
O pacote de financiamento permitirá ao governo e parceiros como a OMS, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, aumentar a resposta, oferecer programas de apoio à economia local, fortalecer resiliência nas comunidades afetadas, e conter a propagação do vírus.
O montante cobre cerca de metade das necessidades de financiamento previstas do Quarto Plano de Resposta Estratégica, que deverá ser finalizado na próxima semana pelo governo e pelo grupo internacional de parceiros envolvidos na resposta.
Desde o início do surto em agosto do ano passado, 2.612 pessoas já foram contaminadas e 1.756 morreram.