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OMS elogia medidas no Ruanda que evitam chegada do vírus ebola

Funcionários de saúde em Beni, na República Democrática do Congo
Cruz Vermelha Finlandesa/Maria Santto
Funcionários de saúde em Beni, na República Democrática do Congo

OMS elogia medidas no Ruanda que evitam chegada do vírus ebola

Saúde

Banco Mundial anunciou até US$ 300 milhões para ampliar combate à emergência de saúde pública de preocupação internacional; desde início do surto, 2.612 pessoas já foram contaminadas e 1.756 morreram.

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, OMS, elogiou esta quinta-feira o Ruanda pelos esforços de preparação para o ebola e confirmou que nenhum caso do vírus foi encontrado no país.

Em nota, Tedros Ghebreyesus disse que “o Ruanda tem sido proativo em todos os níveis desde que o surto foi declarado há quase um ano na vizinha República Democrática do Congo.”

Medidas

Trabalhadora social segura mãos de dois irmãos gémeos em unidade de tratamento em Kivu Norte, na RD Congo
Trabalhadora social segura mãos de dois irmãos gémeos em unidade de tratamento em Kivu Norte, na RD Congo, Unicef/UN0229877/Naftalin

O representante elogiou as ações tomadas, dizendo que permitiram evitar casos da doença apesar dos altos níveis de tráfego e movimentação de pessoas entre os dois países.

O país tem um Plano Nacional de Preparação e capacita trabalhadores na detecção e resposta precoce, educando comunidades, vacinando trabalhadores em áreas de alto risco, equipando centros de saúde e realizando exercícios de simulação para manter um alto nível de prontidão.

Desde o início do surto, foi implementado um sistema de rastreio de sintomas em todos os pontos de entrada. A medida foi reforçada depois da confirmação de um caso na cidade congolesa de Goma.

Todos os dias, dezenas de milhares de pessoas atravessam a fronteira de Goma para a cidade do Ruanda de Gisenyi. Todos têm suas temperaturas controladas, lavam as mãos e ouvem mensagens sobre o surto.

Também foi estabelecido um centro de tratamento e 23 unidades de isolamento estão sendo preparadas em hospitais de 15 distritos prioritários. Exercícios de simulação de resposta foram conduzidos em hospitais e aeroportos. Cerca de 3 mil profissionais de saúde em áreas de alto risco foram vacinados como medida preventiva.

Tedros Ghebreyesus afirmou, no entanto, que "enquanto o surto continuar na República Democrática do Congo, existe um risco muito real de disseminação para os países vizinhos.” O chefe da OMS pediu “à comunidade internacional que continue apoiando este trabalho crítico.”

Apoio

Na quarta-feira, o Banco Mundial anunciou até US$ 300 milhões para ampliar o apoio aos esforços de combate à epidemia. Este mês, a OMS anunciou que o surto constitui uma emergência de saúde pública de preocupação internacional.

A diretora executiva do Banco Mundial, Kristalina Georgieva, disse que “as comunidades e profissionais de saúde na linha de frente precisam urgentemente de mais apoio e recursos da comunidade internacional para evitar que a crise se agrave dentro do país e se espalhe através das fronteiras.”

OMS elogia medidas no Ruanda que evitam chegada do vírus ebola

O pacote de financiamento permitirá ao governo e parceiros como a OMS, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, aumentar a resposta, oferecer programas de apoio à economia local, fortalecer resiliência nas comunidades afetadas, e conter a propagação do vírus.

O montante cobre cerca de metade das necessidades de financiamento previstas do Quarto Plano de Resposta Estratégica, que deverá ser finalizado na próxima semana pelo governo e pelo grupo internacional de parceiros envolvidos na resposta.

Desde o início do surto em agosto do ano passado, 2.612 pessoas já foram contaminadas e 1.756 morreram.