Cartão eletrónico vai apoiar milhares de produtores vítimas do ciclone Idai em Moçambique
FAO colabora com governo na implementação de programa financiado com € 350 mil da União Europeia; iniciativa deve beneficiar cerca de 7 mil pessoas das províncias centrais de Sofala e Manica.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, fornece apoio técnico ao Governo de Moçambique para que cerca de 7 mil produtores agrários tenham acesso ao sistema de cartão eletrónico. O chamado e-voucher foi reintroduzido no país como parte da resposta à emergência pós-ciclone no centro.
O programa financiado pela União Europeia é implementado pela FAO no âmbito da iniciativa “Acelerar o progresso para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento do Milénio 1c em Moçambique”.
Pequenos Produtores
Falando à ONU News, em Maputo, o coordenador nacional do subprograma da FAO em Moçambique, Alberto Di Grazia, explicou como serão desenvolvidas as atividades.
“Esta é uma intervenção específica da FAO no âmbito da emergência, utilizando os fundos da União Europeia. Temos uma estimativa de € 350 mil de fundos que vão ser disponibilizados. Foram também providenciados, para os pequenos produtores, sementes básicas e fertilizantes com objetivo de garantir a nível da comunidade uma quantidade de semente melhorada que será utilizada na campanha agrícola 2019- 2020”.
O programa atribui 2.300 meticais, equivalentes a US$ 38, por beneficiário. O objetivo é permitir que o agricultor adquira gratuitamente os insumos através do cartão eletrónico.
Prioridades
Os produtores são dos distritos de Nhamatanda na província de Sofala, e Gondola, Macate, Sussundenga e Vanduzi na província de Manica. Di Grazia destaca as prioridades nessas áreas onde passou o ciclone mais arrasador da África Austral em décadas.
“A FAO fez uma selecção inferior dos beneficiários com o objetivo de abranger os mais vulneráveis e também os que não tinham sido incluêdos em outras intervenções da FAO, outras agências ou ONGs em resposta ao ciclone Idai. Foi decidido apoiar mais 2 mil pequenos agricultores com objetivo de complementar o número anterior previsto, chegando a 7,5 mil produtores.”
Desastre
A ação da FAO terá maior incidência nas províncias do centro de Moçambique onde foi danificada a maior parte dos 800 mil hectares de culturas pelo desastre natural.
Mais de 400 mil pessoas foram deslocadas e cerca de 1,8 milhão de pessoas passaram a precisar de assistência na sequência do ciclone Idai, o primeiro dos dois fenómenos que este ano assolaram o país num espaço de seis semanas.
*De Maputo para ONU News, Ouri Pota.