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FAO: preços dos alimentos aumentam pelo quinto mês consecutivo BR

Índice de Preços de Alimentos bateu 116 pontos em fevereiro de 2021
Foto: FAO/Alessia Pierdomenico
Índice de Preços de Alimentos bateu 116 pontos em fevereiro de 2021

FAO: preços dos alimentos aumentam pelo quinto mês consecutivo

Desenvolvimento econômico

Alta foi provocada pela subida dos preços do queijo e do milho; Índice de Preços dos Alimentos registra variações mensais nos custos internacionais das commodities alimentares.

Os preços globais dos alimentos aumentaram pelo quinto mês consecutivo em maio.  A alta foi impulsionada pelos custos do queijo e do milho, devido às condições climáticas adversas.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, foi registrado um aumento de 1,2% em relação ao mês anterior. Mesmo assim, os valores dos alimentos ainda ficaram 1,9% abaixo do nível de maio de 2018.

O Índice de Preços dos Alimentos da FAO registra variações mensais nos custos internacionais das commodities alimentares.
O Índice de Preços dos Alimentos da FAO registra variações mensais nos custos internacionais das commodities alimentares., by Foto: FAO/ Alessandra Benedetti

Índice

O Índice de Preços dos Alimentos da FAO, que registra variações mensais nos custos internacionais das commodities alimentares, apontou um aumento de 5,2% em relação a abril no preço dos produtos lácteos, atingindo uma alta de cinco anos.

A recuperação se deveu principalmente aos preços dos queijos e refletiu a demanda robusta de importações globais, em meio a escassez de exportação da Oceania, que foi prejudicada pela seca.

Cereais

Dados da FAO indicam que os preços dos cereais subiram 1,4 %. Isso teria ocorrido devido a um aumento súbito nas cotações do milho em resposta à diminuição das perspectivas de produção nos Estados Unidos, onde o ritmo do plantio é o mais lento já registrado devido a enchentes e inundações generalizadas. Os preços do trigo caíram em geral, enquanto os do arroz mantiveram-se amplamente estáveis.

O mês de maio apresentou um recuo de 3,2% do índice de preços do açúcar da FAO.  Segundo a agência, isso ocorreu devido as perspectivas de aumento da produção na Índia, maior produtor mundial, superando a queda anual de 17% na produção no Brasil.  Os preços internacionais de energia mais baixos, que reduzem a demanda por cana-de-açúcar para produzir biocombustíveis, também afetaram negativamente os custos do produto.

Óleo

Os preços do óleo vegetal diminuíram 1,1%. Já os preços dos óleos de soja, de girassol e de colza aumentaram modestamente.

A FAO indica ainda uma subida marginal nos preços da carne em maio. Isso seria um reflexo do contínuo aumento das cotações dos preços da carne de porco em meio à forte demanda de importação do leste da Ásia, onde a febre suína africana dizimou a produção. Os preços da carne bovina tiveram uma queda em relação às subidas de abril, refletindo a alta no fornecimento global de exportações.

A mais recente previsão da FAO para a produção mundial de cereais em 2019, disponível no Boletim de Oferta e Procura de Cereais, também foi publicado nesta quinta-feira e aponta para um aumento de 1,2% em relação ao ano anterior.

A produção deve atingir 2.685 milhões de toneladas, uma revisão da estimativa feita em maio, quando a produção global de cereais estava prevista para expandir em 2,7%.