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FAO aponta aumento dos preços dos alimentos em abril BR

Índice de Preço dos Alimentos da FAO foi de 124,6 pontos em junho
Foto Fao/ Alessandra Benedetti
Índice de Preço dos Alimentos da FAO foi de 124,6 pontos em junho

FAO aponta aumento dos preços dos alimentos em abril

Desenvolvimento econômico

Leite e carne tiveram os maiores impactos; a alta abrangeu todos os produtos alimentares avaliados, exceto cereais; produção global de cereais pode atingir novo recorde de 2,7 milhões de toneladas em 2019

Os preços dos alimentos subiram em abril para o seu nível mais alto em quase um ano.  Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, a alta foi impulsionada pelos preços da carne e do leite.

O Índice de Preços dos Alimentos da FAO apontou um aumento de 1,5% no mês de abril, em relação a março. No entanto, os valores continuam 2,3% abaixo do nível do mesmo período do ano passado.

Derivados do leite também fazem parte do índice da FAO
Subida foi em grande parte impulsionada por alta nos preços de laticínios., by Foto: FAO/Alessia Pierdomenico

Alta

A alta abrangeu todos os produtos alimentares cobertos, exceto cereais. A grande disponibilidade de exportação estimulou um quarto declínio mensal consecutivo. O Índice da FAO de preços dos cereais teve uma queda de 2,8%, impulsionada pelo trigo e pelo milho. Já as cotações do arroz estiveram amplamente estáveis.

O preço dos laticínios subiu 5,2%, o quarto aumento mensal consecutivo. Isso ocorre em meio a forte demanda global de importação combinada às preocupações com o abastecimento relacionadas ao clima seco na Oceania.

Carne

Segundo a FAO, o preço da carne subiu 3,0%, influenciado por uma forte alta nas cotações internacionais da carne suína devido a um aumento na demanda de importação na Ásia, principalmente na China. A rápida propagação da febre suína africana no país provocou uma queda acentuada na produção doméstica.

Os Índices de Preços do óleo vegetal e do açúcar também subiram, em 0,9% e 0,8% respectivamente.  O aumento nos custos do açúcar foi impulsionado, em grande parte, por preços do petróleo bruto, uma vez que os custos mais altos da energia incentivam o uso de cana-de-açúcar no Brasil para produzir etanol para venda local.

Cereais

As perspectivas iniciais apontam que a produção mundial de cereais atinja um novo recorde de 2,7 milhões de toneladas em 2019. De acordo com o novo Documento de Oferta e Demanda, divulgado nesta quinta-feira, isso representa uma recuperação de 2,7% em relação ao ano anterior,

Também se espera que a utilização mundial de cereais bata um novo recorde, aumentando 1,5% no próximo ano. A previsão é de que o consumo alimentar global de cereais cresça em 1,1%, com o do arroz aumentando ainda mais rapidamente.

Outra previsão é que a demanda por cereais secundários para alimentação animal e uso industrial seja ainda mais forte.

A FAO informou que é provável que os preços internacionais permaneçam sob pressão em um cenário de oferta confortável e demanda por quase todos os cereais, com perspectivas comerciais positivas, especialmente para o trigo e o arroz.