ONU lança novo programa de combate ao terrorismo

Iniciativa visa melhorar troca de informações e cooperação internacional entre Estados-membros; estima-se que em dois anos mais de 40 mil pessoas tenham viajado para se juntar a grupos terroristas.
As Nações Unidas lançaram, esta terça-feira, um Programa de Combate ao Terrorismo que visa reforçar a cooperação internacional e expandir as redes multilaterais de partilha de informações entre países sobre as viagens feitas por agentes terroristas.
A iniciativa pretende ainda garantir que os Estados-membros mais afetados pelo terrorismo tenham capacidade para enfrentar esta ameaça que segundo a organização “está em constante evolução”.
Durante o lançamento deste projeto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou que os mais recentes ataques no Quénia, na Nova Zelândia e no Sri Lanka, entre outros, “são trágicos lembretes do alcance global do flagelo do terrorismo.”
Para Guterres, estes ataques evidenciam a necessidade de se trabalhar em conjunto, numa altura em que nos últimos sete anos “houve um movimento dramático de terroristas de e para zonas de conflito em todo o mundo.”
A ONU estima que somente nos últimos dois anos, mais de 40 mil combatentes terroristas estrangeiros, de mais de 110 países, possam ter viajado para se juntar a grupos terroristas na Síria e no Iraque.
Guterres sublinhou que após a derrota do grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, muitos terroristas tentam voltar para casa ou ir para refúgios em outras partes do mundo.”
Eles podem constituir uma ameaça não só porque “muitos são bem treinados e poderiam realizar futuros ataques terroristas”, mas também “porque outros esperam radicalizar e recrutar novos seguidores para sua causa”, explicou o secretário-geral.
Para a ONU, detetar e parar esses terroristas e outros criminosos de alto risco “é uma alta prioridade” antes que efetuem um ataque à comunidade internacional.
Por isso, a resolução 2396 do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral reafirma a necessidade de fortalecer a cooperação internacional e o intercâmbio de informações para melhorar as capacidades nacionais de deteção e impedir a viagem de terroristas.
O programa ajudará os Estados-membros a reunir, processar e partilhar dados de viagem com outras autoridades nacionais e internacionais competentes.
Guterres lembrou ainda que este programa “permitirá a deteção e a interrupção do tráfico de pessoas e outras formas de crime organizado grave e a identificação mais rápida de suas vítimas.”
Ele garantiu que as Nações Unidas estão preparadas para ajudar a proteger e garantir os direitos de todas as vítimas.