“O que está acontecendo no mundo?”, questiona ONU em reunião sobre religião e paz
Assessor especial do secretário-geral para a Prevenção do Genocídio alertou sobre “ultranacionalismo internacional"; Genebra acolheu reunião para reforçar combate ao discurso de ódio e proteger minorias religiosas.
As Nações Unidas realizaram até esta quinta-feira a Cúpula Mundial sobre Religião, Paz e Segurança em Genebra.
A reunião de três dias tinha como uma das metas definir diretrizes internacionais para combater o discurso de ódio e proteger minorias religiosas, incluindo refugiados e migrantes.
![O secretário-geral diz estar “profundamente preocupado” e que se aproxima “um momento crucial” na luta contra o ódio e o extremismo. O secretário-geral diz estar “profundamente preocupado” e que se aproxima “um momento crucial” na luta contra o ódio e o extremismo.](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/assets/2019/03/11-03-2019-SG-CSW-opening.jpg/image560x340cropped.jpg)
Mundo
Falando a jornalistas após o evento, o assessor especial do secretário-geral para a Prevenção do Genocídio, Adama Adieng, convidou a todos a refletir sobre o que está acontecendo no mundo.
O representante mencionou ainda os recentes ataques a uma sinagoga nos Estados Unidos, o incêndio a uma igreja em Burquina Faso, as agressões a mesquitas em Nova Zelândia e a igrejas no Sri Lanka.
Na Europa, Adieng disse que todos os dias se assiste a vítimas de humilhação e desumanização de migrantes e refugiados e líderes políticos “usando esta população como bodes expiatórios”, culpando-a de vários atos e responsabilizando-a “pela falência de suas economias”.
Ultranacionalismo
Adama Dieng indicou que o atual cenário internacional está gerando o que ele descreve como "ultranacionalismo internacional" por parte de líderes de direita.
O conselheiro pediu que não seja permitido que seres humanos sigam esse rumo que marca “o ressurgir de sinais dos anos 1930”. Como exemplos disso, ele destacou o aumento do antissemitismo, do ódio anti-muçulmano, da perseguição de cristãos e de ataques que incluem a xenofobia, a discriminação e a provocação.”
Adieng disse que é hora de se levantar, falar e garantir que ninguém seja discriminado por causa de sua raça, nacionalidade, religião ou de qualquer outra forma.
O encontro organizado pela Associação Internacional para a Defesa da Liberdade Religiosa promoveu a construção de pontes, a inclusão e desencorajar a incitação ao ódio para melhorar a proteção de minorias religiosas, refugiados e migrantes.
Adieng pediu ainda que haja mobilização contra fenômenos emergentes como ataques ao multilateralismo, retirada das nações poderosas de alguns tratados internacionais e falta de adesão a esforços globais como as alterações climáticas.