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Especialistas pedem ao Brasil para garantir justiça no caso da ativista Marielle Franco BR

Defensora dos direitos humanos, Marielle Franco liderava lutas em prol das populações marginalizadas.
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Defensora dos direitos humanos, Marielle Franco liderava lutas em prol das populações marginalizadas.

Especialistas pedem ao Brasil para garantir justiça no caso da ativista Marielle Franco

Direitos humanos

Ativista de direitos humanos foi assassinada há um ano; dois ex-agentes policiais suspeitos de participar neste assassinato foram detidos; especialistas consideram o crime um ataque à democracia.

O Brasil deve garantir que os assassinos da defensora de direitos humanos e vereadora Marielle Franco sejam levados à justiça. A afirmação é de um grupo de relatores de direitos humanos * em nota divulgada no primeiro aniversário de sua morte.

Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, foram assassinados a tiros no dia 14 de março de 2018, quando regressavam de um evento público. Dois ex-agentes policiais suspeitos de participar nesse ato foram presos no dia 12 de março de 2019.

Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos, especialistas da ONU e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Cidh, afirmam que “o assassinato de Marielle Franco é um ataque ao coração de uma sociedade democrática
Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos, especialistas da ONU e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Cidh, afirmam que “o assassinato de Marielle Franco é um ataque ao coração de uma sociedade democrática. Foto: ONU

Ataque

Em nota divulgada pelo Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos, especialistas da ONU e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Cidh, afirmam que “o assassinato de Marielle Franco é um ataque ao coração de uma sociedade democrática e um caso emblemático das ameaças enfrentadas pelos defensores de direitos humanos no Brasil.”

O grupo considera também que “se o Estado não fizer justiça neste caso, enviará uma mensagem alarmante aos defensores de direitos humanos, em particular àqueles que enfrentam ameaças e ataques."

Os especialistas destacam que “Marielle foi uma fonte de esperança e inspiração no Rio de Janeiro e em outros lugares”, trabalhando “incansavelmente para promover os direitos das mulheres, a igualdade racial e os direitos das pessoas Lgbti.”

Apelo

Marielle Franco também fez campanha em nome de afrodescendentes e jovens em áreas urbanas, denunciou o uso excessivo da força por agentes militares e as ações das milícias que operam no Rio de Janeiro.

 Os relatores reconhecem assim “o trabalho realizado pelos investigadores da polícia e promotores assim como o progresso concreto feito nos últimos dias”. Eles lembram que “é preciso fazer mais para esclarecer os motivos do ataque e descobrir quem está por trás dele. O Brasil não deve seguir o caminho da impunidade.”

 A nota termina com os especialistas apelando ao país que conclua a investigação o quanto antes, “levando os responsáveis intelectuais e materiais à justiça e oferecendo reparação e indenização às famílias.”

Um ano após o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, sua viúva, Monica Benicio, traz a luta dos grupos marginalizados e defensores dos direitos humanos do Brasil para o Conselho de Direitos Humanos em Genebra. Veja no vídeo abaixo:

Monica Benicio, widow of murdered Rio city councillor, Marielle Franco, vows to keep fighting

 

*Relatores e especialistas de direitos humanos são independentes da ONU e não recebem salário pela sua atuação.