ONU quer US$ 202 milhões para ajudar mais de meio milhão de líbios BR

Pelo menos 823 mil pessoas precisam de ajuda humanitária no país africano; preços alimentares estão aproximadamente 200% mais caros do que período pré-conflito; coordenadora humanitária da ONU no país diz que "a situação está cada vez mais severa, mais difícil”.
Cerca de US$ 202 milhões são necessários para fornecer assistência a mais de 550 mil pessoas em situação de fragilidade na Líbia.
Esta terça-feira, as Nações Unidas e o Governo de Acordo Nacional na Líbia lançaram um apelo que visa cobrir áreas como saúde, proteção, água e saneamento, abrigo e apoio na educação.
De acordo com o Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, pelo menos 823 mil pessoas precisam de ajuda humanitária no país africano. Destas, cerca de 250 mil são crianças.
O Plano de Resposta Humanitária 2019 deve apoiar deslocados, retornados, afetados por conflitos, comunidades anfitriãs, refugiados e migrantes que enfrentam graves violações e abusos “pela ausência do Estado de direito”.
Segundo a ONU, os sete anos de instabilidade e insegurança tiveram um forte impacto no bem-estar de dezenas de milhares de pessoas. Milhares de famílias não conseguem comprar comida, água e utensílios domésticos básicos.
A maioria dos necessitados vive em áreas urbanas densamente povoadas nas regiões oeste e leste da Líbia. Na área costeira de Sirte, e em partes do sul do país, a instabilidade tornou difícil o acesso de ajuda e as necessidades são maiores.
Em 2019, o plano de resposta humanitária também prevê oferecer proteção e educação sobre risco de minas. Crianças em comunidades locais devem receber o tipo de ajuda que inclui assistência aos sobreviventes de explosões.
A assistência internacional deve apoiar equipes médicas de emergência e móveis para áreas com assistência limitada, além de reforçar a vigilância de doenças.
A grande prioridade é oferecer água e o saneamento em centros de detenção que já estão lotados e insalubres, escolas em áreas marginalizadas e acampamentos de deslocados internos e refugiados.
O plano prevê fazer chegar material para aumentar abrigos e subsídios para custear emergências, rendas de casa e materiais de construção. O apoio educacional deve ser dado a milhares de crianças e adolescentes cuja educação foi interrompida.
Na área de assistência alimentar, o plano quer distribuir suprimentos alimentares e oferecer ajuda a longo prazo com o apoio a áreas como agricultura, pecuária e pescas.
O Programa Mundial de Alimentação, PMA, revelou que cerca de 21% das crianças entre seis meses e cinco anos sofrem de desnutrição crônic na Líbia.
Somente em dezembro, mais de 96 mil pessoas receberam apoio alimentar. O número de beneficiários teria aumentado 6% em janeiro.
Em 2018, as importações de alimentos baixaram por causa do acesso limitado ao porto e dos bloqueios nas estradas. Os preços de alimentos básicos, como arroz e farinha de trigo, subiram em até 200% em comparação com os níveis pré-conflito.