Secretário-geral preocupado com situação na Venezuela BR

Secretário-geral destacou relatos de vítimas e pediu investigação independente; não há confirmação oficial de mortos, mas agências de notícias informaram que pelo menos 200 pessoas teriam sido presas; chefe da ONU também quer diálogo político para enfrentar a crise prolongada no país.
O secretário-geral, António Guterres, está “preocupado com relatos de vítimas no contexto de manifestações e distúrbios na Venezuela e pede uma investigação transparente e independente desses incidentes.”
Em nota publicada esta quinta-feira pelo seu porta-voz, o chefe da ONU pede que “neste momento crítico, todos os atores reduzam as tensões e busquem todos os esforços para evitar a violência e evitar qualquer escalada.”
Segundo agências de notícias, na terça-feira começaram protestos nacionais contra o governo de Nicolás Maduro, pedindo um governo de transição e a convocação de novas eleições.
O secretário-geral destaca ainda “a necessidade urgente de todos os intervenientes relevantes se comprometerem com um diálogo político inclusivo e credível para enfrentar a prolongada crise no país, com pleno respeito pelo Estado de direito e pelos direitos humanos.”
Relatos indicam que confrontos durante os protestos teriam vítimas mortais e que mais de 200 pessoas teriam sido presas. Na quarta-feira, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, declarou-se como presidente interino do país.
António Guterres também falou sobre o tema durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Sobre a decisão de alguns países reconhecerem Juan Gaidó como presidente, o chefe da ONU disse que “governos soberanos têm a possibilidade de decidir aquilo que querem em relação ao reconhecimento de outro governo.”
O secretário-geral disse que o que preocupa as Nações Unidas “é o sofrimento do povo da Venezuela”, explicando que “tantas pessoas já tiveram de sair do país, devido às dificuldades econômicas que todos enfrentam e à polarização política.”
Guterres disse ter esperança de que diálogo entre as partes seja possível e que se possa “evitar uma escalada que leve ao tipo de conflito que seria um desastre total para o povo da Venezuela e da região.”