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ONU: América Latina e Caribe enfrentam “crise migratória sem precedentes” BR

Milhares de refugiados e migrantes venezuelanos continuam a chegar diariamente na Colômbia
Acnur/Santiago Escobar-Jaramillo
Milhares de refugiados e migrantes venezuelanos continuam a chegar diariamente na Colômbia

ONU: América Latina e Caribe enfrentam “crise migratória sem precedentes”

Migrantes e refugiados

Segundo porta-voz do Programa Mundial de Alimentos, PMA, mais de 3 milhões de venezuelanos já estão vivendo fora do seu país; se atual crise persistir estimativa é de que até o fim de 2019, total de pessoas que deixaram a Venezuela chegue a 5,3 milhões.

Nos últimos anos, milhares de pessoas deixaram a Venezuela devido à falta de alimentos, medicamentos, outras necessidades básicas e perda de meios de subsistência. De acordo com o porta-voz do Programa Mundial de Alimentos, PMA, Herve Verhoosel, a América Latina e o Caribe” enfrentam uma crise migratória sem precedentes”. 

PMA: em 2018, mais de 1,1 milhão de venezuelanos estavam vivendo na Colômbia, um dos países mais atingidos pelo êxodo em massa
PMA: em 2018, mais de 1,1 milhão de venezuelanos estavam vivendo na Colômbia, um dos países mais atingidos pelo êxodo em massa, by Foto: Acnur/ Fabio Cuttica

Verhoosel disse que em 2018, mais de 1,1 milhão de venezuelanos estavam vivendo na Colômbia, um dos países mais atingidos pelo êxodo em massa.

Colômbia

A agência da ONU destaca que cada vez mais os migrantes utilizam o país como corredor para chegarem até o Equador, o Peru e outras nações da América do Sul. O PMA também alerta que a capacidade dos países anfitriões está sendo usada no limite.

Para a agência da ONU, o êxodo em massa, que é considerado um dos maiores na história da América Latina, deve continuar em 2019 e no futuro. Se a atual crise persistir, a estimativa é de que até o final deste ano, o número total de venezuelanos vivendo fora do país de origem chegue a 5,3 milhões.

Brasil

O Brasil também está entre os principais destinos dos refugiados e migrantes da Venezuela. Em entrevista à ONU News, o porta-voz da Agência de Refugiados da ONU, Acnur, no Brasil, afirma que o país tem sido “um exemplo para o mundo” no acolhimento de refugiados.

“O mundo vive uma das crises humanitárias, especificamente de refugiados, maiores da sua história. Essa é uma questão altamente importante, contemporânea e todas as evidências mostram que vai perdurar por muito tempo. O Brasil, dentro da sua liderança na comunidade internacional, a sua responsabilidade assumida perante diferentes órgãos e convenções, tem um papel muito importante no atendimento aos direitos dessas pessoas.”

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Plano de Emergência

Em dezembro de 2018, a ONU lançou um plano de emergência para refugiados venezuelanos. O Plano de Reposta de Migrantes e Refugiados é o primeiro do tipo já produzido nas Américas.

Com coordenação da Agência da ONU para Refugiados, Acnur, e a Organização Internacional para Migrações, OIM, o plano é resultado do trabalho em conjunto de 95 parceiros de 16 países que enfrentam o maior fluxo populacional na América Latina dos últimos tempos.

O objetivo do plano é estabelecer uma resposta ampla para as necessidades urgentes de milhares de refugiados da Venezuela, assim como as das comunidades que os recebem.

Apesar dos venezuelanos estarem deixando seu país de origem há anos, este movimento aumentou em 2017 e teve um crescimento ainda maior em 2018, com uma média de 5,5 mil pessoas deixando a Venezuela por dia.