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Acnur Brasil diz que país tem sido “exemplo para o mundo” no acolhimento de refugiados BR

Refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil.
Acnur/ Luiz Fernando Godinho
Refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil.

Acnur Brasil diz que país tem sido “exemplo para o mundo” no acolhimento de refugiados

Migrantes e refugiados

Porta-voz da Agência de Refugiados da ONU afirma que esta atitude deve continuar; neste momento, governo do país processou mais de 65 mil pedidos de refúgio de venezuelanos.

O porta-voz da Agência de Refugiados da ONU, Acnur, no Brasil, afirma que o país tem sido “um exemplo para o mundo” no acolhimento de refugiados.

Em entrevista à ONU News, Luiz Fernando Godinho explicou que o Brasil “está longe dos principais conflitos, mas tem uma população diversificada de refugiados, com mais de 80 nacionalidades.”

“O Brasil, como parte da comunidade internacional, tem dado um exemplo para a região e para o mundo e, por isso, a importância de continuar esse trabalho que tem sido feito não apenas pelo Acnur, mas em parceria com as autoridades brasileiras, outras agências das Nações Unidas e parceiros da sociedade civil e setor privado.”

Responsabilidade

Segundo o Acnur, governo brasileiro processou um pouco mais de 65 mil pedidos de refúgio de venezuelanos
Segundo o Acnur, governo brasileiro processou um pouco mais de 65 mil pedidos de refúgio de venezuelanos.Acnur/ Gabo Morales

O porta-voz defende que, neste momento, esta atitude é uma ação muito importante que deve ser mantida, não só no Brasil como em todos os países do mundo.

“O mundo vive uma das crises humanitárias, especificamente de refugiados, maiores da sua história. Essa é uma questão altamente importante, contemporânea e todas as evidências mostram que vai perdurar por muito tempo. O Brasil, dentro da sua liderança na comunidade internacional, a sua responsabilidade assumida perante diferentes órgãos e convenções, tem um papel muito importante no atendimento aos direitos dessas pessoas.”

Venezuela

Nos últimos anos, o Brasil tem lidado com o fluxo de pessoas vindas da Venezuela, fugindo da crise que atravessa o país da América Latina. Neste momento, o governo brasileiro processou um pouco mais de 65 mil pedidos de refúgio de venezuelanos.

Luiz Fernando Godinho diz que houve uma pequena redução na entrada de pessoas nos últimos meses, devido ao natal e ano novo, mas espera que essa movimentação seja retomada “muito rapidamente”.

Segundo o porta-voz, estas pessoas chegam ao país com uma série de necessidades humanitárias, como alimentação, saúde, documentação e registro para que possam ter acesso a serviços básicos.

A resposta de acolhimento é coordenada pelo governo federal e o Acnur auxilia no trabalho de registro e documentação, abrigo e saúde, entre outros. Também realiza um projeto que retira as pessoas que estão no estado de Roraima, junto à fronteira,  colocando-as em outras regiões.

Os venezuelanos que fogem da escassez de alimentos e da instabilidade chegam a um centro de recepção e documentação em Pacaraima, na fronteira com o Brasil.
Venezuelanos que fogem da escassez de alimentos e da instabilidade chegam a um centro de recepção e documentação em Pacaraima, na fronteira com o Brasil. Foto: Acnur/Reynesson Damasceno

Acolhimento

Godinho explica que um dos objetivos é permitir que estas pessoas “tenham acesso aos serviços públicos básicos para que possam ter atendidos os seus direitos e ter condições de se restabelecer e reconstruir a vida com dignidade.”

Segundo o responsável, a agência tem “notado uma receptividade muito grande a essa população” em todo o Brasil.

“Por força dessa estratégia de interiorização, muitas pessoas já estão em outras regiões do Brasil. E também por meios próprios, muitas pessoas não ficam em Roraima, e têm encontrado oportunidades de trabalho, tem encontrado uma receptividade muito grande da sociedade civil, de organizações que têm trabalhado para a recepção e assistência dessas pessoas. A gente vê de uma maneira muito positiva essa integração das pessoas aqui no Brasil.”

Além da integração, Godinho explica que “o retorno voluntario é a melhor opção para quem foi forçado a deixar o seu país, sempre que haja as condições necessárias para que esse retorno aconteça em segurança e com dignidade.” Apesar disso, o porta-voz afirma que o Acnur ainda “não tem uma previsão de quando esse retorno pode começar a acontecer.”

 

 

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