FAO: preços dos alimentos caíram 3,5% em 2018
Queda em termos globais em relação a 2017 deve-se sobretudo a recuo do custo de todas as matérias primas; exceção para os cereais que aumentaram 9,6% durante este período; açúcar com quedas acentuadas afetando produção no Brasil.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação , FAO, informou esta quinta-feira que o custo dos alimentos recuou 3,5% em 2018, quando comparado com o ano anterior.
A subida dos preços internacionais de todos os principais cereais no ano passado foi superada pela queda dos custos de outras matérias, com especial destaque para o açúcar.
De acordo com a FAO, o índice, que serve como um indicador da variação mensal dos preços internacionais de uma cesta básica de matérias-primas alimentares, teve uma classificação média de 168,4 pontos ao longo de 2018.
Este valor representa uma redução de quase 27% em relação ao valor alcançado em 2011.
Dezembro
O cálculo anual foi feito depois de terem sido apurados os preços globais dos alimentos em dezembro. Segundo a FAO, em termos gerais houve uma estabilização dos preços, com o aumento dos cereais a compensar a queda nas cotações do açúcar e dos laticínios.
No último mês do ano passado, o Índice de Preços dos Alimentos da FAO atingiu uma média de 161,7 pontos, em comparação com os 161,6 pontos de novembro.
Olhando para os números com mais detalhe, vê-se que o Índice de Preços de Cereais aumentou 1,8% entre novembro e dezembro do ano passado. Uma subida de 9,6% quando comparado com dezembro de 2017.
Os preços do trigo e do milho avançaram durante o mês devido aos efeitos climáticos no hemisfério sul, enquanto os preços do arroz caíram pelo sexto mês consecutivo.
As previsões mais recentes da FAO estimam que a produção mundial de trigo e milho cairá em 2018, enquanto a produção de arroz deverá estabelecer um novo recorde.
Brasil
Já o Índice de Preços da Carne registou um aumento de 0,8% durante o mês, liderado por uma recuperação nos preços da carne suína, suportada pela forte procura global de importação, especialmente do Brasil.
Ainda segundo a FAO, o índice de preços dos produtos lácteos recuou 3,3% em relação a novembro, registando a sétima queda mensal consecutiva.
A organização informa ainda que, em dezembro, o Índice de Preços do Açúcar caiu 1,9%. O crescimento da produção de açúcar na Índia e a queda dos preços internacionais do petróleo provocaram uma diminuição da procura da cana para produzir etanol.
Para além disso, cria uma situação de excedente de produção, nomeadamente no Brasil, o maior produtor mundial. No geral, em 2018, este índice caiu quase 22% em relação ao ano anterior.