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FAO: Preços dos alimentos tiveram queda generalizada em outubro

FAO prevê colheitas recordes de milho na Argentina e no Brasil em 2020.
FAO/Atul Loke
FAO prevê colheitas recordes de milho na Argentina e no Brasil em 2020.

FAO: Preços dos alimentos tiveram queda generalizada em outubro

Assuntos da ONU

Laticínios e carnes foram os mais contribuíram para recuo dos custos; preço do açúcar continua em alta graças à crescente utilização da produção do Brasil em etanol; produção mundial de cereais deverá chegar a 2,6 milhões de toneladas em 2018.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, informou esta quinta-feira que os preços dos alimentos caíram em outubro.

A queda é explicada pelo recuo do custo dos óleos vegetais, carnes e laticínios que mais do que compensou o aumento registado no preço do açúcar.

Índices em baixa

O Índice de Preços dos Alimentos da FAO, que mede a variação mensal dos preços internacionais de um cabaz de alimentos, registou uma média de 163,5 pontos em outubro, menos 0,9% em relação a setembro e 7,4% abaixo ao mesmo período do ano passado.

Já o Índice dos Produtos Lácteos foi o que mais caiu, com uma quebra de 4,8% em relação ao mês anterior e 34% abaixo do pico atingido em fevereiro de 2014.

Segundo a FAO, esta quebra é explicada pelo aumento da oferta de exportação em todos os principais produtos lácteos, especialmente da Nova Zelândia.

Exportação

Segundo a FAO, a crescente utilização da produção brasileira de cana-de-açúcar para produzir etanol tem vindo a pressionar os preços do açúcar.
Segundo a FAO, a crescente utilização da produção brasileira de cana-de-açúcar para produzir etanol tem vindo a pressionar os preços do açúcar.FAO/Paballo Thekiso

O Índice de Preços da Carne da FAO recuou 2% em relação a setembro, com a queda do custo da carne de ovinos, suínos, bovinos e frango devido à abundante oferta de exportação.

Já o Índice de Preços do Óleo Vegetal deslizou 1,5%. É a nona queda mensal consecutiva, alcançando seu nível mais baixo desde abril de 2009.

Tal acontece, de acordo com a agência da ONU, por causa da baixa procura global na importação de óleo de palma

Cereais

Nos cereais, outubro registou uma recuperação dos preços. O Índice de Preços subiu 1,3% em relação a setembro, devido às cotações de milho nos Estados Unidos da América. Os preços do arroz, em contraste, caíram.

Açúcar

O Índice de Preços do Açúcar da FAO subiu 8,7%, principalmente como resultado das perspetivas de produção negativas relacionadas com o clima na Índia e na Indonésia.  Também a crescente utilização da produção brasileira de cana-de-açúcar para produzir etanol tem vindo a pressionar os preços.

Previsões

A FAO também reviu em alta a sua previsão para a produção mundial de cereais em 2018 para 2,6 milhões de toneladas.

A subida é explicada pelo aumento da produção de trigo no Canadá e na China. No entanto, a nova previsão permanece 2,1% abaixo do nível recorde alcançado em 2017. Já a produção mundial de arroz este ano deverá superar o recorde do ano passado em 1,3%, chegando a 513 milhões de toneladas.

A FAO estima ainda que a produção mundial de trigo atinja as 728 milhões de toneladas em 2018 . A confirmar-se este número representará uma queda de 4,3% em relação ao ano anterior.