Embaixador do Brasil diz que países estão atentos ao fecho de ciclo político na Guiné-Bissau BR

Representante apela para comunidade internacional preparar apoio extra para ações de estabilização do país lusófono; Brasil preside Estratégia da Guiné-Bissau da Comissão para a Consolidação da Paz das Nações Unidas.
O embaixador do Brasil junto às Nações Unidas, Mauro Vieira, pediu aos países que se preparem para mais dar apoio à Guiné-Bissau, depois de uma sessão do Conselho de Segurança que esta sexta-feira debateu a nação lusófona.
As declarações do diplomata brasileiro foram feitas à ONU News na sua qualidade de presidente da Configuração de Guiné-Bissau da Comissão para a Consolidação da Paz, PBC.
“Estão todos atentos para a necessidade de encerramento desse ciclo político, que se dará com a realização das eleições. Nesse momento, teremos um novo poder legislativo que estará consolidado e instalado em suas funções com o apoio nacional, com o apoio da população, e tenho a certeza que aí haverá condições para se seguir com uma vida política estável, tranquila e construindo o futuro do país.”
As declarações do diplomata brasileiro foram feitas horas depois do presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, ter publicado um decreto marcando as eleições legislativas para 10 de março. As autoridades disseram que houve atrasos no processo para realizar a votação em 18 de novembro.
O Conselho de Segurança realizou a sessão que acompanhou o relatório especial do secretário-geral sobre a avaliação do Escritório Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau, onde Mauro Vieira apresentou seu discurso.
Vieira destacou que a comunidade internacional deve considerar um possível apoio emergencial para ajudar a estabilização do setor público guineense.
A Estratégia para a Guiné-Bissau da PBC encoraja o governo da Guiné-Bissau a fazer mais para demonstrar o compromisso de realizar as eleições e organizar mecanismos credíveis para a utilização da ajuda que chegar.
O discurso destaca ainda eventos recentes que aconteceram em Bissau como a reivindicação de salários feita por professores, as greves de funcionários públicos e de combatentes e os protestos de estudantes que não foram autorizados.
Vieira disse que está em contato com instituições financeiras como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, FMI para abordar iniciativas em prol do apoio ao desenvolvimento na Guiné-Bissau.
Com o FMI, o diplomata disse que foi informado de planos de revisão do programa de cooperação com o país, que ele também vai acompanhar de perto.