Uganda preparado para vacinar milhares contra vírus de ébola

Produto demonstrou eficácia contra a estirpe Zaire, a mais mortal; profissionais de saúde serão os primeiros a ser vacinados.
Profissionais de saúde da linha de frente e populações de alto risco do Uganda serão vacinadas contra o ébola numa iniciativa do governo apoiada pela Organização Mundial da Saúde, OMS.
Esta quinta-feira, a agência anunciou que a medida faz parte da estratégia conhecida como vacinação em anel e reforça a preparação para um eventual aparecimento da doença.
A imunização envolve profissionais de saúde e pessoas que tiveram contactos com pacientes por serem os mais expostos à infeção pelo vírus. Entre elas estão familiares, vizinhos e amigos de pessoas que contraíram o ébola.
Com a vacinação em anel, foi erradicada a varíola na década de 1970. A estratégia também ajudou a conter o surto de ébola na África Ocidental, sendo agora usada para controlar a doença no leste da República Democrática do Congo, RD Congo.
A ministra da Saúde do Uganda, Jane Aceng, lembrou que a doença é altamente contagiosa e mortal, destacando em particular a estirpe Zaire como a mais virulenta.
Para a representante, o lançamento da vacina ajuda a evitar a mortalidade dos profissionais de saúde devido à exposição à doença mortal. Por várias vezes, o pessoal desse ramo perde a vida durante os surtos.
O Uganda já identificou espaços para montar aparelhos de frio para armazenar a vacina no país. São congeladores, caixas de transporte e armazenamento, paletes e porta-vacinas que já foram instalados.
O plano prevê importar 3 mil doses da vacina VSV-Zebov a serem usadas em cerca de seis meses.
A OMS defende que o produto é altamente protetor e demonstrou eficácia contra a estirpe Zairem comum nas províncias congolesas de Kivu do Norte e Itúri.
Entre os desafios, estão manter a temperatura dos congeladores abaixo dos 80ºC, fornecimento de eletricidade, geradores de reserva, armazenamento limpo, espaçoso e bem ventilado para realizar sessões de capacitação.
O representante da OMS em Uganda, Yonas Tegegn Woldermariam, disse que tanto a oportunidade de vacinação do pessoal de saúde que atua na linha de frente como a vacinação em anel ajudarão a conter um possível surto da doença.
A agência destaca que, por essa razão, decorrem esses preparativos caros, mas necessários.