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Ebola em Uganda: Unicef revela medidas para proteger crianças BR

Trabalhadores de saúde tratam menino de 15 anos suspeito de ter contraído o vírus na República Democrática do Congo.
Banco Mundial/Vincent Tremeau
Trabalhadores de saúde tratam menino de 15 anos suspeito de ter contraído o vírus na República Democrática do Congo.

Ebola em Uganda: Unicef revela medidas para proteger crianças

Saúde

Agência anuncia plano de emergência para  resposta ao vírus; estratégia pretende minimizar impacto em crianças e comunidades da área afetada no centro do país; doença infectou três pessoas da mesma família.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, precisa de US$ 3,9 milhões para um plano de emergência  para dar resposta ao surgimento de casos do vírus ebola em Uganda. Nos últimos dois dias, o país confirmou os três primeiros casos da doença.

O valor pedido pela agência deve ser aplicado para apoiar as populações com artigos de saneamento e higiene, alimentação a bebês e crianças pequenas e intervenções de apoio psicossocial aos menores de idade e suas famílias.

Uganda reforça a capacidade de prevenção, controle de infecções, rastreio e vigilância transfronteiriça
Uganda reforça a capacidade de prevenção, controle de infecções, rastreio e vigilância transfronteiriça. Foto: UNICEF/Adriko

Mortes

Os casos confirmados incluem um menino de cinco anos que retornou a Uganda no domingo, após uma visita à sua família na vizinha República Democrática do Congo, RD Congo.

O paciente morreu na terça-feira depois de ter sido transferido para a Unidade de Tratamento em Bwera, na região central de Kasese. No dia seguinte, a avó do menino também perdeu a vida na área onde vivem quase 400 mil crianças. Um outro irmão de cinco anos contraiu o ebola.

O início da fase de resposta em Uganda vem na sequência de meses de esforços, incluindo a prevenção devido ao aumento de casos na vizinha República Democrática do Congo, RD Congo.

A representante do Unicef em Uganda, Doreen Mulenga, disse que o episódio é um trágico lembrete de que “mesmo um caso de ebola é demais”. Ela apelou para que seja feito tudo o que for possível para impedir um surto e prevenir outras mortes desnecessárias.

Proteção contra Ebola em Beni, República Democrática do Congo
Finnish Red Cross/Maria Santto
Proteção contra Ebola em Beni, República Democrática do Congo

Potencial

De acordo com a representante, a agência intensifica os esforços para esse efeito e para minimizar o impacto de um surto com potencial arrasador para crianças e comunidades ugandesas em geral.

Na fase de preparação, o Unicef disse ter apoiado o Governo do Uganda na implementação de iniciativas  para garantir a preparação para um possível surto das comunidades em vários distritos da fronteira oeste partilhada com a RD Congo.

Entre essas ações estão cerca de 3,5 mil visitas domiciliares para partilha de informações de prevenção e cuidados em caso de ebola. Mais de 14 mil reuniões foram feitas com grupos comunitários em escolas, igrejas, mesquitas, mercados e táxis.

A agência também forneceu  água, meios de saneamento e suprimentos de higiene para mais de 500 unidades de saúde, cerca de mil escolas e 60 postos de fronteira.

 Uma paciente com ebola no Centro de Tratamento de Ebola em Beni, no leste da República Democrática do Congo.
PMA/Marco Frattini
Uma paciente com ebola no Centro de Tratamento de Ebola em Beni, no leste da República Democrática do Congo.

Estresse

Ações de capacitação para prevenir e controlar infecções nas unidades de saúde foram acompanhadas da formação de 1,5 mil voluntários para apoiar as populações afetadas para lidar com o estresse relacionado ao ebola.

Mulenga disse que as ações para aumentar a consciência sobre a doença são a melhor maneira de impedir a disseminação. O Unicef também quer apoiar a resposta do governo de Uganda ao ebola com a comunicação intensiva sobre riscos e a mobilização social.