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Cuidados de saúde a refugiados melhoram apesar de número recorde de deslocados BR

De acordo com agência da ONU, doenças como anemia e problemas com o crescimento da criança continuam a ser preocupantes.
Unicef/Robert LeMoyne
De acordo com agência da ONU, doenças como anemia e problemas com o crescimento da criança continuam a ser preocupantes.

Cuidados de saúde a refugiados melhoram apesar de número recorde de deslocados

Saúde

Nova pesquisa indica melhorias na saúde materna e na redução da mortalidade infantil; anemia e problemas com crescimento preocupam; Agência da ONU para Refugiados, Acnur, só recolheu 33% dos fundos necessários para este ano.

Apesar de o número recorde de deslocados e refugiados em todo o mundo, os serviços de saúde prestados a eles continuam a melhorar. A informação é da Avaliação Anual de Saúde Pública da Agência da ONU para Refugiados, Acnur.

Segundo a pesquisa, um acompanhamento semanal dos principais indicadores está ajudando a montar respostas mais eficientes e rápidas. A agência avisa, no entanto, que doenças como anemia e problemas com o crescimento da criança continuam a ser preocupantes.

Resultados

O estudo revela que a taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos manteve-se em 0,4 mortos para cada mil meninos e meninas, continuando uma tendência decrescente que acontece desde 2011. Esta taxa é semelhante àquelas dos países em desenvolvimento e nações de renda média.

Em nível de saúde reprodutiva, nove em cada 10 nascimentos aconteceram com a ajuda de um trabalhador de saúde treinado, um aumento de 25% em relação a 2016. Cerca de 500 mil mulheres tiveram acompanhamento pré-natal, mais 18% do que no ano anterior.

Durante o ano, foram realizadas mais de 8 milhões de consultas médicas. Este número representa um aumento de 10% em relação a 2016. Nove em cada 10 refugiados atendidos tinham doenças transmissíveis, o que destaca a importância de serviços de prevenção.

O número de atendimentos de pessoas com problemas de saúde mental também aumentou, duplicando num espaço de três anos. O Acnur diz que “isto só foi possível devido à disponibilidade deste serviço em clinicas de cuidados primários”.

Relembre a mensagem do secretário-geral da ONU sobre o Dia Mundial do Refugiado:

Chefe da ONU pede "união e solidariedade" em mensagem para o Dia Mundial dos Refugiados

 

Em 65% das operações, 90% das crianças com menos de um ano foram vacinadas contra o sarampo, um aumento de 15%. Cerca de 10 mil refugiados receberam tratamento contra o vírus HIV, triplicando o número de pessoas que tinham acesso a este recurso em 2015.

Preocupações

Segundo o porta-voz do Acnur Andrej Mahecic, a agência continua muito preocupada com os altos níveis de anemia e problemas com crescimento. Subnutrição severa é outra área de preocupação, com reduções na ajuda alimentar e assistência básica em várias operações.

Os níveis entre crianças com menos de cinco anos apenas foram satisfatórios em 25% dos assentamentos, mantendo os valores do ano anterior. Mais de 50% dos locais tinham níveis críticos de anemia infantil. Valores considerados satisfatórios de anemia foram encontrados em apenas 3% dos assentamentos.

O Acnur manteve o volume de água dada a cada refugiado em 21 litros por dia, acima do mínimo de 20 litros.

Financiamento

O porta-voz disse que a agência “não conseguiu manter sempre os níveis aceitáveis para situações de emergência”. O número de latrinas, por exemplo, continua a ser de uma para cada 22 pessoas, abaixo do número recomendado de 20.

Mahecic explicou que “com as taxas recorde de deslocados globais, as necessidades orçamentais do Acnur são de mais de US$ 8,2 bilhões de dólares”. Segundo ele, apenas 33% destes fundos foram angariados.

Para Mahecic, “é vital que o Acnur e os seus parceiros tenham mais recursos disponíveis para prestar serviços que salvam vidas”.

 

Apresentação: Alexandre Soares