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Presidente do Comité de Sanções da ONU fala de “alguns progressos” em Bissau

Sede do Escritório Integrado de Construção da Paz das Nações Unidas na Guiné-Bissau, também conhecido como Uniogbis.
Foto: Uniogbis
Sede do Escritório Integrado de Construção da Paz das Nações Unidas na Guiné-Bissau, também conhecido como Uniogbis.

Presidente do Comité de Sanções da ONU fala de “alguns progressos” em Bissau

Assuntos da ONU

Diplomata elogia postura dos militares sancionados na sequência do golpe de Estado de abril de 2012; audiência com o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz marcou fim da visita ao país.

O presidente do Comité das Sanções da ONU, Anatólio Ndong Mba, disse esta terça-feira em Bissau, que está “muito contente e encorajado” com a evolução política e com o facto de os militares estarem afastados das atividades políticas.

O representante afirmou ainda que o Conselho de Segurança das Nações Unidas deverá tomar uma decisão de levantar ou não as sanções impostas a 11 oficiais guineenses, em 2012.

ONU News/Braima Darame
Guiné-Bissau e aplicação de sanções da ONU

Generais

Em maio desse ano, na sequência do golpe de Estado, o Conselho de Segurança da ONU aplicou sanções oficiais envolvidos na alteração da ordem Constitucional. O grupo incluiu os generais António Indjai, Mamadu Turé, Estêvão Na Mena, Ibraima Camará e o tenente-coronel Daba Naualma.

Anatólio Ndong Mba  falou a jornalistas no fim de uma audiência com o presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, com a qual terminou a sua visita oficial de um dia ao país. Ele recebeu informações sobre o contexto atual guineense e inteirou-se da situação dos oficiais militares sancionados.

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Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, by ONU

Conselho de Segurança

"Não posso dar-vos informação sobre as sanções, porque a nossa missão é escutar, fazer um relatório, apresentar aos nossos colegas do Comité de Sanções, que depois o vão debater.”

O também representante da Guiné Equatorial junto das Nações Unidas sublinhou o facto de se ter notado uma “boa postura dos militares sancionados”, o que deixa o Conselho de Segurança “muito satisfeito”.

"Somos 15 no Comité de Sanções. O que se pode dizer é que o Conselho de Segurança está muito contente e encorajado com a evolução política e com o facto de os militares estarem afastados das atividades políticas"

Sociedade Civil

Ao longo da sua visita, o diplomata da Guiné Equatorial também manteve encontros com os militares, a sociedade civil, os atores políticos e a comunidade internacional antes de partir para a Guiné-Conacri.

Anatólio Ndong Mba informou que em agosto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, irá apresentar um novo relatório sobre a situação política guineense.

Sem dar mais detalhes sobre as sanções impostas aos oficiais militares, o representante disse que as autoridades de Bissau pediram o levantamento das sanções.

Progressos Assináveis

O diplomata explicou que cabe ao Conselho de Segurança ditar o desfecho do processo.

"Obtivemos todas as informações necessárias, também ao nível do atual processo, depois do cumprimento do Acordo de Conacri, relacionado com a nomeação de um primeiro-ministro de consenso, formação de um novo Governo e abertura do Parlamento, aprovação do programa do Governo e Orçamento. Encorajamos ao governo a continuar, esperar que o pacto de estabilidade entre os atores possa proporcionar condições para que as eleições tenham lugar a 18 de novembro”.

Sobre a atual situação política  no país, o presidente do Comité das Sanções da ONU nota “alguns progressos assináveis” que disse agradarem o Conselho de Segurança.

Apresentação: Braima Darame