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Enviado à Líbia diz ao Conselho de Segurança que país precisa de instituições unidas

O enviado do secretário-geral da ONU à Líbia, Ghassan Salamé, falou sobre a situação do país nesta segunda-feira no Conselho de Segurança, em Nova Iorque.
ONU/Loey Felipe
O enviado do secretário-geral da ONU à Líbia, Ghassan Salamé, falou sobre a situação do país nesta segunda-feira no Conselho de Segurança, em Nova Iorque.

Enviado à Líbia diz ao Conselho de Segurança que país precisa de instituições unidas

Paz e segurança

Ghassan Salamé discutiu nesta segunda-feira a situação no país durante sessão no órgão; eleições parlamentares e presidenciais estão marcadas para este ano.

O enviado do secretário-geral da ONU à Líbia, Ghassan Salamé, afirmou esta segunda-feira que “as aspirações de milhões não podem ser paradas por uns poucos que desejam manter o status quo para o seu benefício pessoal.”

Salamé discursou ao Conselho de Segurança, em Nova Iorque, sobre a situação no país, em sessão nesta segunda-feira.

Apoio

O enviado afirmou que “organizações paralelas não podem continuar a existir depois de o seu mandato ser dissolvido, eleições têm de ser realizadas, e o país tem de caminhar em frente.”

Salamé acredita que tudo isto “apenas pode ser conseguido com o apoio do Conselho”, mas que os 15 Estados-membros precisam estar de acordo.

Segundo ele, “quando a Líbia ouve mensagens contraditórias, apenas aumenta a divisão e a oportunidade para aqueles que procuram parar o processo, mas quando falam com uma voz clara e única, os líbios ouvem.”

Balanço

O responsável explicou que havia muitas formas de olhar para a Líbia. Ele acredita que “de uma cidade para outra, encontram-se razões de preocupação assim como razões de esperança.” Salamé falou da situação em Trípoli, Derna, Sabha, Zawiya, Tawergha e Ghadames.

Sobre a capital líbia, Trípoli, o enviado disse que o ataque que causou 13 mortos no início de maio “foi uma tentativa de descarrilar o processo eleitoral”, mas que as preparações continuam. O país deve organizar eleições presidenciais e parlamentares até ao final do ano.

Diálogo

Salamé também deu destaque à Conferência Nacional, um evento em que os cidadãos estão a partilhar aspirações para o Estado e os princípios que o devem guiar.

O processo começou em abril e 42 eventos já aconteceram em 27 locais. Salamé disse que este “não é um fórum para elites, mas para as pessoas.” Segundo ele, “líbios de todas as cores políticas e segmentos da sociedade entraram nesta conversa política, muitos pela primeira vez, e com um entusiasmo que não podia ser previsto.”

O processo termina em junho e as conclusões serão partilhadas com o Conselho de Segurança.

Eleições parlamentares e presidenciais estão marcadas para este ano na Líbia.
Unsmil/Iason Athanasiadis
Eleições parlamentares e presidenciais estão marcadas para este ano na Líbia.

Constituição

O enviado do secretário-geral também referiu a preparação de uma nova constituição.

Segundo ele, a assembleia que está a preparar o documento “foi eleita em eleições livres e justas.” A organização já terminou uma proposta, que deve ser sujeita a voto popular, mas Salamé alerta que “as visões dos líbios divergem dramaticamente.”

O enviado avisou que “a adoção de uma constituição é um momento crucial na história de uma nação, e não pode ser uma razão para mais divisão ou tensão.”

Apresentação: Alexandre Soares.