Agências da ONU ajudam a abrigar mais de mil venezuelanos no Brasil

Maior parte das pessoas foi levada para instalações temporárias em Boa Vista, capital de Roraima, outros grupos foram encaminhados a outras cidades; Acnur diz que Brasil já abriga 48 mil venezuelanos, segundo dados oficiais.
Cerca de 870 venezuelanos que estavam acampados em Boa Vista, no estado de Roraima, mudaram-se no domingo para dois abrigos na capital. Na sexta-feira, 236 pessoas já tinham sido encaminhadas para as cidades de Manaus e São Paulo.
A mudança foi coordenada pelo Exército Brasileiro e teve apoio da Agência da ONU para Refugiados, Acnur. A ação da sexta-feira também contou com apoio da Organização Internacional para Migrações, OIM.
O Acnur providenciou cartões de acesso aos venezuelanos e prestou ajuda de emergência. Todos os abrigados receberão três refeições diárias, preparadas pela Força Aérea Brasileira e pelo Exército. A maioria são homens e existem apenas 17 crianças.
Um primeiro grupo de 265 venezuelanos já tinha sido deslocado para São Paulo e Cuiabá em 4 e 6 de abril.
Segundo uma nota da OIM, estes venezuelanos vão ficar em seis locais temporários onde “os governos locais vão providenciar alojamento, comida, cuidados de saúde e aconselhamento sobre trabalho.”
A OIM diz que o Brasil é um dos novos destinos de migração para os venezuelanos, junto com Colômbia, Chile, Argentina, Equador, Peru e Uruguai.
Até abril, cerca de 43 mil venezuelanos procuraram a Polícia Federal para regularizar a sua situação migratória.
Cerca de 24 mil, mais da metade, solicitaram refúgio. Cerca de 9 mil pediram direito de residência ao país e quase 10 mil agendaram o seu atendimento.
Segundo uma nota do Acnur no Brasil, a Polícia Federal estima que cerca de 48 mil venezuelanos se encontrem atualmente em território brasileiro. O estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, tem o maior número destes migrantes.
A mesma nota explica que “os venezuelanos estão deixando o país por várias razões, incluindo insegurança, violência, falta de comida, remédios e serviços essenciais e perda de renda própria devido à situação econômica do país.”
Apresentação: Monica Grayley